Plataforma Hereditas vai divulgar valores patrimoniais de todas as freguesias de Guimarães
A plataforma com uma base de dados do património material e imaterial existente no concelho de Guimarães vai ser apresentada na próxima terça-feira, numa sessão marcada para as 10h00, na Black Box do Centro Internacional das Artes José de Guimarães.
Na abertura da reunião do Executivo realizada na passada segunda-feira, o Vereador da Divisão do Centro Histórico fez uma síntese do projecto que decorre há dois anos e meio, com o foco de identificar "os valores existentes em todas as freguesias" e que será "materializado numa plataforma aberta a todos", acessível a partir do sítio da internet do Município. "É uma plataforma que regista e dá visibilidade a esses valores. Não basta ter o património no centro da actividade municipal, importa que a comunidade esteja presente", indicou Fernando Seara de Sá, informando que foram sinalizados "900 valores que estão claramente identificados com fichas e estudos".
Com este trabalho, de acordo com o responsável, o Município pretende vincar a existência de "valores que vai ser preciso defender e usar... A forma de serem usados está em aberto. A plataforma vai permitir visualizar esse património que está georeferenciado e poderá ser usado pelos mais variados sectores: na construção de rotas turísticas, no planeamento e na gestão urbanística, pela criatividade das comunidades".
Após a aposta na recuperação do Centro Histórico de Guimarães, classificado como Património Cultural da Humanidade em 2001, o Hereditas "alargará a perspectiva patrimonial a todo o território”, tendo envolvido um conjunto de especialistas de diferentes disciplinas (cerca de 15) que se debruçaram sobre áreas como a Arqueologia, Arquitectura, História, Património Imaterial, Património Natural (Paisagem) e Vias Antigas, áreas essas que constituirão o catálogo de “uma plataforma digital que se pretende aberta e universal”.
Durante a apresentação, foi reforçada a importância do acesso a uma Base de Dados que conta com cerca de 900 itens identificados e estudados, que poderão ser acedidos através de critérios de selecção geográficos, cronológicos ou monográficos.
Segundo o Vereador Seara de Sá, “foram feitas descobertas surpreendentes” que estarão disponíveis numa plataforma electrónica que qualquer pessoa poderá consultar, insistindo na ideia de que este é um processo em permanente construção e que o Hereditas, mais do que um ponto de chegada, é um ponto de partida. “A cidade são cerca de 1000 anos. Nós recuámos até à época dos primeiros castros, permitindo uma melhor compreensão da herança patrimonial de que hoje podemos usufruir”, disse.
O Vereador do PSD, Ricardo Araújo, destacou a importância do trabalho, deixando um elogio: "a nossa identidade está fortemente associada à nossa história e este processo de conhecimento do património que nos rodeia é fundamental para a sua preservação e para o seu uso. O uso é que permite apreender o valor do património. É um trabalho importante que valoriza Guimarães e ajuda a promover a identidade colectiva".
O Presidente da Câmara relembrou a importância do património como factor de identidade e de reforço do sentimento de pertença dos vimaranenses, relevando o esforço que o Município coloca na divulgação da sua cultura e património, na sua divulgação e no conhecimento que a partir dele pode ser gerado. "Entender as manifestações culturais de um concelho é entender quem somos", sublinhou Domingos Bragança, felicitando a equipa envolvida no projecto.
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