PCP alerta para "situação gravosa” de empresas têxteis de Guimarães, Vizela e Fafe
O PCP alertou para a “situação gravosa” das empresas têxteis, sobretudo no Norte, onde haverá “dezenas” de unidades em situação iminente de encerrar, e apelou ao Governo para que tome medidas para salvar aquele setor.
Como alguns dos concelhos com mais problemas, o PCP aponta Fafe, Guimarães e Vizela, todos no distrito de Braga.
Segundo o partido, o sector da confecção de vestuário tem sido o mais fustigado, fruto da sua “profunda dependência económica” de grupos multinacionais.
Em causa estão, essencialmente, pequenas empresas que trabalham em regimes de subcontratação, “sem qualquer regulamentação ou normas” que as protejam das “arbitrariedades” dos contratantes, “os grupos multinacionais, cuja quebra de encomendas vem provocar sérias dificuldades e ameaças a este sector”.
Por outro lado, o PCP refere que os trabalhadores do sector “vêem sucessivamente adiados os aumentos reais de salários e são continuamente sujeitos a bancos de horas, muitas vezes ilegais, a abuso da laboração contínua e do trabalho nocturno, com a consequente instabilidade nos horários, dificultando a programação da vida pessoal e familiar”.
“O país não pode continuar a apostar num modelo de baixos salários e tem de elaborar um plano económico para o sector do vestuário que o liberte das arbitrariedades dos grandes grupos estrangeiros, que defenda os direitos laborais dos trabalhadores e que, para além disso, seja promovida uma aposta na diversificação do tecido industrial”, lê-se na pergunta.
Os comunistas vincam ainda que as candidaturas aos apoios da União Europeia são outro “aspecto crítico”, tendo em conta a “elevada burocracia e morosidade dos processos, que dificultam o acesso às empresas mais pequenas”.
Por isso, o PCP quer saber que medidas têm sido tomadas pelo Governo no acompanhamento ao têxtil, no sentido de enfrentar as dificuldades e ameaças que se colocam ao sector.
Marcações: PCP, têxtil e vestuário