Capela de S. Crispim e S. Crispiniano exibe esplendor artístico e patrimonial no Centro Histórico de Guimarães
A Capela de S. Crispim e S. Crispiniano reabriu no passado sábado, após ter estado encerrada, para obras de restauro de todo o património artístico e conservação do edifício que compreende também as instalações do Albergue.
Na cerimónia de inauguração da reabilitação, conservação e restauro, o Juiz da Irmandade, José Pereira, realçou que a concretização do projecto só foi possível graças ao empenhamento da Autarquia que "deitou mão" ao conjunto emblemático onde todos os anos é servida a Ceia dos Pobres na noite de Consoada.
Neste dia especial, o responsável fez questão de agradecer ao presidente da Câmara, Domingos Bragança, e à presidente do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, Alexandra Gesta, sendo admitidos como irmãos da colectividade.
Numa breve intervenção, a arquitecta Alexandra Gesta, que orientou o projecto quando exercia funções no «Gabinete de Couros. Sítios Patrimoniais», da Câmara Municipal de Guimarães, considerou "um privilégio" ter conhecido aquela Instituição. "O lugar do sagrado é mais fácil para os crentes do que para os agnósticos, sou agnóstica tenho os meus próprios lugares sagrados, que eu identifiquei e conheci. O albergue e a capela fazem parte dos meus lugares sagrados", disse, perante os fiéis e representantes de outras instituições que compareceram à inauguração. "Sou o rosto visível das equipas que têm por aqui passado, pena tenho eu de não ter feito percurso junto do Sr. Pereira pai", disse.
A intervenção de requalificação ficou marcada pela descoberta de um conjunto significativo de peças em prata escondidas num cofre oculto numa parede da sacristia, surpreendendo a equipa envolvida no projecto e os actuais responsáveis da Irmandade de S. Crispim e S. Crispiniano. "Esta foi uma obra de pormenor", sintetizou, por isso, o Presidente da Câmara, indicando que a instituição faz parte da história de Guimarães e das suas profissões. "Os homens que foram produzindo riqueza com os seus mesteres e ofícios desenvolveram um sentido de responsabilidade e solidariedade com os mais desprotegidos", observou, considerando que "esse traço da cultura perdura na actualidade". "Temos a sorte de ter na história de Guimarães exemplos de instituições que deram ajuda a quem precisa", acrescentou, enaltecendo que o conjunto tem um valor arquitectónico notável. "Temos a obrigação de ter estes edifícios que remontam à Idade Média", afirmou, elogiando a persistência de José Pereira, juiz da Irmandade, que foi "inexcedível no cuidado com que acompanhou a intervenção".
A capela continuará a estar aberta à sexta-feira e ao sábado de manhã.
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