"Vitrus está a crescer galopantemente": Oposição pediu "transparência" na admissão de pessoal pelas empresas municipais

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O vereador do PSD, Bruno Fernandes, exortou a maioria socialista a exigir "transparência nos critérios para a admissão de funcionários pelas empresas municipais". O repto foi lançado, esta quinta-feira, durante a reunião do Executivo vimaranense.

No período antes da ordem do dia, ao referir-se ao relatório semestral de 2023, da actividade da Vitrus Ambiente, Bruno Fernandes, indicou que a análise permite saber que a empresa municipal aumentou em 42 por cento os encargos com pessoal. "Em 2010, a empresa tinha 14 trabalhadores, em 2022, tem 219 trabalhadores, número que já aumentou em 42 por cento este ano", afirmou, considerando que "os vimaranenses têm de conhecer quais são os critérios de admissão nas empresas municipais". "Se elas são precisas, não temos nada contra, mas empresas municipais têm de admitir os seus recursos humanos com critérios claros e objectivos, em igualdade de circunstâncias. Neste momento não há um critério objectivo, publicado, para que todos os vimaranenses possam aceder a essas vagas", defendeu, precisando que contactou os serviços da Vitrus por telefone e pediu informações sobre como poderia ser apresentada uma candidatura para a empresa: "a resposta que obtive é que bastaria enviar o curriculum".
Referindo-se à actividade das entidades da esfera municipal, o vereador do PSD sublinhou que "têm como cliente único o Município", considerando "desproporcional" o investimento que a empresa Vitrus Ambiente faz em comunicação. "Os meios humanos, técnicos e financeiros afectos à estratégia para que servem? Vejo empresas municipais que distribuem os dividendos à estrutura municipal. Que papel fica para o Laboratório da Paisagem? Estamos a desfocar a missão das empresas municipais", prosseguiu, insistindo que "a Vitrus está a crescer galopantemente quanto às suas contratações. O sr. Presidente até dispensou o assessor de comunicação para a Vitrus!".

Referindo que ontem recebeu o convite para mais uma edição da Vitrus Talks, Bruno Fernandes indicou que também foi o destinatário de um e-mail de uma cidadã, vimaranense, um agregado monoparental de quatro pessoas, um dos filhos a frequentar o ensino superior, e que vive numa casa emprestada porque não pode pagar a renda e está inscrita na CASFIG desde 2019. "É urgente repensar onde gastar o dinheiro e investi-lo", pediu.

Na resposta, o Presidente da Câmara manifestou que está de acordo "que todas as empresas, todas sem excepção, não é só o caso da Vitrus, têm de ter um conjunto de regras e regulamentos para a admissão de pessoal". "Têm que ter e se não têm, passam a ter", reagiu, indicando que o Município iniciou a implementação, nos serviços de auditoria interna, "um conjunto de regras e de regulamentos impositivos à Câmara e às empresas que fazem parte do perímetro municipal e uma das questões que se coloca é a admissão de pessoal".

"A Vitrus é uma empresa interessante, em que 98 por cento dos seus funcionários correspondem a mão de obra operária que neste momento é difícil de contratar. Para as áreas de recolha de resíduos, serviços de limpeza não há muito quem queira", anotou, alegando que a flexibilidade da acção das empresas municipais é "para tudo".

"Por obrigação da lei, a Câmara não pode interferir na gestão directa das empresas municipais, pode exigir documentos para o controlo através do sistema de auditoria. Confiamos nas pessoas qualificadas, indicadas pela Câmara para estas estruturas jurídicas autónomas, que têm órgãos sociais, e estão sujeitas a um contrato de gestão que têm de cumprir", salientou, declarando que a Vitrus está a cumprir "o objecto para que foi criada" e é um "braço armado" dos serviços municipais.

"A Vitrus é uma empresa do ambiente, dos recursos naturais e do património. A sensibilização para a protecção do ambiente está certa", acrescentou, considerando que a "cultura de empresa da Vitrus está certa". "Por que é que uma empresa municipal há-de ser cinzenta?" realçou, dar conta que essa cultura pode ser um estímulo para a motivação dos funcionários.

No final da reunião, em representação da maioria socialista, Sofia Ferreira, justificou que o reforço de funcionários da Vitrus decorre da sua actividade e do alargamento das competências do município, nomeadamente na limpeza das florestas e na prevenção dos incêndios, com a criação de faixas de gestão de combustível.

Marcações: reunião de câmara, empresas municipais

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