Revisão do PDM: Bruno Fernandes defendeu que "especulação combate-se com oferta"

O líder da Oposição considerou que o Município de Guimarães "não está preparado para atrair empresas", constatação que vincou, no período antes da ordem do dia, ontem, na reunião do Executivo, após a apresentação da revisão do PDM.

O vereador Bruno Fernandes alegou que a orientação partilhada com a vereação "confirma aquilo que há 8 e há 12 anos" tem sido a bandeira do seu partido: "é fundamental a resolução da questão dos solos para atrair actividades económicas". "O PS durante vários anos achou que esta matéria não era da competência do Município, que era algo que o sector privado faria naturalmente, essa estratégia revelou-se desastrosa", afirmou o representante social-democrata, sustentando que o concelho "não tem novas áreas de acolhimento empresarial e as empresas não encontram alternativas para as suas áreas de negócio".

"Estamos em 2023 e continuamos sem o parque industrial de Moreira de Cónegos que foi anunciado em 2013. Tirando o de Fafião, não surgiram novas áreas", continuou, ao defender que "a especulação combate-se com oferta". "O concelho é atrativo, mas não tem tido durante as duas últimas décadas o Município a colocar no PDM o que é possível colocar... E depois assistimos a uma empresário a dizer estou farto e vou para outro sítio, como foi o caso da empresa de calçado de segurança AMF", apontou, lembrando que a Coligação Juntos por Guimarães votou contra o pedido de reconhecimento de interesse público para intervenção urbanística em terreno localizado em Urgezes classificado como Reserva Agrícola Nacional. "A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) corroborou da nossa decisão e vem dizer ao Município que tenha uma estratégia para zonas de acolhimento empresarial. O Município não cuidou de ter soluções compagináveis com estratégias de desenvolvimento coerente", lamentou.

O Presidente da Câmara reagiu e esclareceu que recebeu uma comunicação escrita do empresário a dar conta que "a AMF não saía de Guimarães". Domingos Bragança que só com a revisão do actual do PDM o Município poderá "intervir na regulação dos terrenos disponíveis", tendo indicado que o empresário foi informado pelo Município "dos locais onde poderia ter terrenos disponíveis, mas a estratégia empresarial passava por outros locais". "A CCDR lutou para que o projecto de Urgezes fosse aprovado, a decisão foi do Ministério da Agricultura", insistiu, confessando o seu empenho no sentido de fazer valer a importância do "projecto inovador no sector industrial".

Reconhecendo que há privados que não abdicam dos terrenos com a expectativa da sua valorização futura, o Edil deu o exemplo do interesse do Município na aquisição de alguns terrenos e do resultado das negociações: "Na entrada do Avepark, a Câmara ofereceu ao privado 6,5 milhões euros, valor que foi indicado na avaliação. A resposta do proprietário é que estava disponível para alugar por 10 ou 15 anos, (dois ou três hectares) e o terreno continua para construção. Junto à Universidade do Minho, a resposta foi mais ou menos esta: amanhã vale mais", comentou, ao explicar que a revisão do PDM vai permitir ao Município reclassificar os solos.

Marcações: Plano Director Municipal, reunião do executivo

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