Ter o Futuro como Legado

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Chegámos à época do ano dos balanços e das determinações do que está para vir. Às portas de 2025, quero desejar

um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de concretizações e saúde, a todos os vimaranenses.

Estamos também na antecâmara das próximas eleições autárquicas, que serão especiais, por se tratar de um novo ciclo político que pode ser olhado de duas perspetivas: o balanço da governação de quem termina os seus mandatos, e os projetos políticos de quem se propõe suceder-lhe.

Sobre a segunda parte, voltarei ao tema no próximo artigo. Debruço-me hoje sobre os 12 anos de governação de Domingos Bragança, atual Presidente do Município de Guimarães, não sem antes fazer duas notas prévias. A primeira, é que estamos a 9 meses do termo desse mandato, o que, a avaliar pela dinâmica que Domingos Bragança coloca nos seus projetos, tornará este artigo desatualizado por alturas do final do seu ciclo, com toda a certeza. A segunda, é que sou parte integrante da sua equipa, honrado pelo convite e pela oportunidade que me concedeu de com ele trabalhar e aprender.

Domingos Bragança é um político de corpo inteiro, com um instinto incomum, uma capacidade de trabalho inesgotável, uma densidade filosófica e ideológica em vias de extinção e um líder com uma ideia clara do concelho que ajudou a desenvolver, como vereador, vice-Presidente e agora como Presidente. Fazer um balanço a partir das materializações da sua governação afigura-se tarefa difícil, e obrigaria a vários artigos temáticos consecutivos. Opto, assim, por evidenciar a sua ideia de Concelho, que se concretiza, em traços gerais, pela aposta que faz na Cultura, Ciência e Educação como motores do desenvolvimento económico e social do concelho, pela capacidade de dar mais cidade à cidade, acrescentando camadas de qualidade ao polo urbano central de Guimarães, sem perder de vista uma das suas marcas fundamentais: a coesão territorial, com investimento em todas as freguesias do concelho. Esta é uma visão alicerçada no “chão comum” da Sustentabilidade Ambiental, e da defesa do Planeta, e da Coesão Social e Territorial.

Estas ideias-chave traduzem-se em ações concretas que demonstram esse legado inegável, mesmo que nesta reflexão caibam apenas alguns exemplos. É na sua Presidência que se requalificam a Torre da Alfândega e o Adarve da Muralha, os Fornos da Cruz de Pedra, o Castro Sabroso, o Teatro Jordão e Garagem Avenida, a Residência de Investigadores e Loja Oficina na antiga casa de Alberto Sampaio, a Escola de Pevidém para Academia de Música da Sociedade Musical de Pevidém, ou se edificam o Laboratório da Paisagem, estrutura decisiva no projeto ambiental, a Casa da Memória, o Centro de Ciência Viva, Instituto Cidade de Guimarães, o Supercomputador Deucalion e a Universidade das Nações Unidas, entre outros. Marcas de quem acredita que é o conhecimento que desenvolve uma sociedade mais capaz, mais humana, mais justa e consciente, acrescentando-se, dessa forma, fatores de diferenciação ao tecido económico do concelho.

Desenvolveu a cidade, e acrescentou-lhe ainda mais cidade, com requalificações importantes e projetos estruturantes para o futuro, como são exemplos a Rua Padre António Caldas e a Rua de Francos, nos acessos à cidade, o Tardoz do Centro Comercial Vila, as ruas da Caldeiroa e D. João I, o alargamento da Horta Pedagógica, o exemplar Largo de Donães, o estruturante e determinante Parque de Camões, almejando o uso pedonal da cidade, o edifício Carbono Zero da Academia de Ginástica ou a resolução das cheias de Couros, com as bacias de retenção ao longo da Ribeira. A isto se soma o projeto Bairro C, na zona baixa da Cidade, no alinhamento de vontades da Ciência, Cultura, Conhecimento, Comunidade e Carbono Zero.

Investiu em cada uma das 48 freguesias e uniões de freguesia do nosso concelho – com requalificações dos centros das vilas, como são exemplo Serzedelo e Taipas –, requalificou escolas – em Abação, Prazins, Brito, Moreira de Cónegos, Donim, Pinheiro, Taipas e Ronfe –, fez surgir uma rede de Parques de Lazer para “ganhar” ecocidadãos de vários pontos do concelho, para a causa da ecologia – na Batoca, em S. Faustino, Urgezes, Corredoura, Nespereira, Santa Eufémia, Longos, Ronfe, Santo Amaro, Ardão, Lordelo, Moreira de Cónegos ou Rio Selho –, requalificou vias estruturantes como a VIM, a 24 de junho, as vias Brito-Leitões e Fermentões-Selho S. Lourenço, ou a Volta do Pedroso.

Apesar de dois anos de pandemia de COVID-19, e dos efeitos nefastos de Guerras na Europa, com consequências nas cadeias de abastecimento e na inflação, o seu legado é ainda mais extenso, como são exemplo a nova conceção de transportes coletivos e o sistema de transporte a pedido.

Ao conjunto de concretizações, importará falar do que se acrescentou ao património coletivo, e ao orgulho vimaranense. A perseverança, por muitos considerada utopia, permitiu que o presidente Domingos Bragança duplicasse a área classificada pela UNESCO, através do Património Mundial de Couros, e que Guimarães conseguisse ser nomeada Capital Verde Europeia de 2026.
Estas, sem qualquer contestação, são marcas suas e da sua determinação.

A nove meses do final do seu mandato, o maior legado de Domingos Bragança é o futuro, um futuro de um presente que já é admirável, e que projetará o território para veredas promissoras de progresso sustentável. Um território de pessoas orgulhosas da sua identidade e do seu sentido de pertença.

Concretizo. Será já para lá dos seus mandatos que seremos Capital Verde Europeia, que celebraremos os 900 anos da Batalha de São Mamede, que inauguraremos a Escola Hotel do IPCA, para qualificar a oferta turística, ou que nos tornaremos num importante polo europeu de Engenharia Aeroespacial, com a abertura da nova escola e o desenvolvimento do projeto Guimarães Space Hub, em parceria com a Universidade do Minho e com o CEIIA.

Será também para lá dos seus mandatos que nos ligaremos à alta velocidade e que teremos uma nova mobilidade inter e intraconcelhia de via dedicada, e será até final do mandato, e para lá dele, que requalificaremos vários centros de saúde, aos quais acrescentaremos um novo (pré-hospitalar) junto ao “também futuro” Campus de Justiça. O concelho continuará na senda da inovação, em colaboração com as três instituições de ensino superior presentes no território, com a Fábrica do Futuro e a Academia de Transformação Digital, projetos já concluídos e com acordos celebrados, e financiamentos garantidos, como foi sempre a sua marca.

O Presidente da Capital Verde Europeia e do Património Mundial de Couros é, acima de tudo, o Presidente que nos lega futuro e visão, que deveremos saber cuidar e ampliar com ambição.

Vêm aí mais nove meses da governação de Domingos Bragança, pelo que se deve dar como forte possibilidade a desatualização deste artigo, a cada dia que passe.

Guimarães,
10 de Dezembro de 2024

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