Capital Verde Europeia 2026, a prenda de Natal
1. Depois de uma longa caminhada, toda ela carregada, com certeza, de desafios, obstáculos e de fortes emoções, viu finalmente
Guimarães reconhecido o importante percurso tido ao longo da última década no âmbito da sustentabilidade e preservação ambiental ao ser-lhe atribuído, pela Comissão Europeia, o título de Capital Verde Europeia 2026.
Sendo na verdade o resultado de um trabalho árduo de uma equipa competente, coordenada por uma vereadora não menos competente que não desistiram depois de algumas candidaturas sem sucesso, uma delas perdida para Lisboa, é justo reconhecer que cabe ao Presidente do Município, Dr. Domingos Bragança, o mérito de ter sido o autor da ideia e a pessoa que, já por volta do ano 2014, na Câmara da qual fiz parte, definiu esse objetivo a atingir.
Diga-se, também, que tal projeto mereceu a adesão de todas as forças partidárias integrantes dos órgãos autárquicos do município e que tal facto teve o seu peso no fortalecimento da candidatura.
Depois de ter perdido para Lisboa em 2020, reconhecida pela iniciativa de sustentabilidade urbana, outras cidades foram nomeadas capitais europeias: em 2021 Lahti da Finlândia, premiada pela sua estratégia de rentabilidade carbónica; em 2022 Grenoble da França, pelo foco na energia circular e na energia limpa; em 2023 Tallinn da Estónia, pela promoção de soluções verdes inovadoras; em 2024 Valência, na nossa vizinha Espanha, pelas suas metas ambientais ambiciosas e Vílnius, da Lituânia, em 2025, pelo seu compromisso com a sustentabilidade urbana.
Finalmente, agora, viu concretizada a conquista do tão desejado galardão pelo reconhecimento das políticas e investimentos realizados no âmbito da sustentabilidade, do ambiente, da neutralidade carbónica e do combate às alterações climáticas.
Deseja-se agora, de modo especial às gerações futuras, que a semente lançada através das diferentes iniciativas tidas nas escolas e nas várias associações do nosso concelho ao longo de todo este tempo, permitam, com ajuda pecuniária dos 600.000 euros que acompanham o título, estimular a promoção da qualidade de vida tornando a nossa cidade e concelho mais atrativos.
2. Entretanto, praticamente a quinze dias da celebração do Natal, respira-se na nossa cidade o habitual ambiente natalício desta época do ano, realçado pela forte presença das iluminações que inexplicavelmente ignoraram, que neste especial ano o dia 29, dia da festa do Pinheiro, ocorria mesmo a uma sexta-feira. Foram apenas ligadas no dia seguinte, sábado dia 30, perdendo-se assim a oportunidade de oferecer a uma vastíssima presença de forasteiros que neste dia sempre se acotovelam na nossa cidade, o brilhantismo e a beleza acrescidos das nossas ruas e monumentos.
Acerca da organização do espaço público característico desta época, confesso que aquela quinquilharia espalhada na sala de visitas da nossa cidade, o Toural, podendo ser atractiva para a generalidade das crianças, constitui uma solução de mau gosto, demasiado confusa para a estabilidade mental da minha cabeça.
E mais uma vez se vai sentindo, em cada ano que passa, o esmagamento do verdadeiro sentido do Natal, a festa da família por excelência, esperada e desejada com ansiedade no passado, sobretudo pelos mais novos, e um verdadeiro tempo de advento para os mais velhos, de preparação espiritual para a celebração da vinda ao mundo do nosso Redentor e Salvador, o filho de Deus por Deus enviado, verdadeira Luz do Mundo.
Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados. É este o cântico angélico do presépio de Belém, bem pertinente nos conturbados tempos de hoje, progressivamente empestados por um ambiente belicoso, bem sentido na imparável corrida aos armamentos, cada vez com mais capacidade de destruição. São aos milhões as famílias desfeitas em todo o mundo, vítimas da ambição desumana de alguns.
Que o anjo da paz traga lucidez e discernimento aos principais responsáveis e decisores políticos que governam o mundo.
Votos de Santo Natal e de Bom Ano Novo para todos.
Guimarães,
10 de Dezembro de 2024
António Monteiro de Castro