AVH assume que o sector está a viver um verão "animador", mas atípico
O presidente da Associação Vimaranense de Hotelaria (AVH) confessou que o sector está a viver um verão "animador", quando comparado com os últimos dois anos. No entanto, José Diogo Silva sublinha que também tem sido um verão "atípico", com "semanas muito fortes e outras muito fracas".
"No Verão temos sempre muitos turistas e gente que nos quer visitar. O Município de Guimarães tem um cartaz cultural que permite às pessoas ter sempre algo para fazer. É uma altura que conta também com a presença de muitos emigrantes", assume o responsável.
A chegada do verão ajudou a acelerar a actividade turística em Junho que esteve perto de atingir os números de 2019. No mês passado os alojamentos turísticos do país registaram 2,7 milhões de hóspedes e 7,2 milhões de dormidas, uma recuperação de 97,3% e 110,2% face a 2021 mas, ainda assim, 2,6% e 0,4% abaixo do pré-pandemia, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Porém, José Diogo Silva considera Guimarães "diferente" de outras cidades. "Temos os dois monumentos mais visitados no Norte, mas temos metade das dormidas de Braga. Assim, Guimarães ganha em número de visitantes, mas não tem o mesmo reflexo a nível económico que gostaríamos. Acreditamos que ter turismo é positivo, mas temos de mudar o nosso paradigma e cativar os turistas a dormir cá. Todos os turistas deixam dinheiro, mas quem fica mais dias deixa bem mais dinheiro. Tem de ser dado o passo de prender as pessoas em Guimarães para dar um crescimento ao sector", defende.
Segundo o presidente da AVH, a taxa de ocupação na hotelaria vimaranense ronda os 50 a 90% durante todo o Verão. Este ano, existe um fenómeno "curioso", mas algo "preocupante". "Temos sentido uma perda muito grande de espanhóis na restauração e alojamento. É um dado que tem de ser analisado no final do ano. Ainda não temos uma explicação. Por outro lado, temos recebido muitos americanos, canadianos e nórdicos", aponta.
José Diogo Silva deixa elogios à estratégia de promoção do Porto e Norte de Portugal, em colaboração com o Município de Guimarães, para "captar outros mercados", mas sublinha que a Autarquia vimaranense deve adoptar uma estratégia de turismo "mais direcionada para o público de proximidade". "Estamos a falar de Galiza, Norte e Centro de Portugal. O próprio Município de Guimarães terá de ter uma plataforma ou uma estratégia de comunicação para estes públicos. Por exemplo, podemos promover a Feira Afonsina na Galiza ou em Paços de Ferreira. Se andar na estrada e vir um cartaz sobre Guimarães até pode cativar essa pessoa. A internacionalização é feita pelo Porto e Norte de Portugal. Esse trabalho está a ser bem feito, mas teremos de ir mais longe. Esse público de proximidade vai quebrar com uma coisa: a sazonalidade", conclui.
Marcações: turismo, Associação Vimaranense de Hotelaria