Do Equador a Guimarães: encontro de visitantes e artistas na recta final da Contextile 2024
Este domingo é o último dia para visitar a Contextile 2024, podendo o público apreciar as criações que desde setembro preenchem a Bienal de Arte Têxtil Contemporânea, com as várias exposições nos diferentes espaços culturais de Guimarães, como o Palácio de Vila Flor, Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Palacete de Santiago, Museu Martins sarmento e Garagem Avenida.
Inesperada e surpreendente, ontem, a Exposição Internacional proporcionou um encontro de artistas e visitantes, numa experiência única e genuína que permitiu compreender a universalidade da cultura têxtil.
Oriundo do Equador, o colectivo Confundiamento não passou despercebido com a sua presença associada ao trabalho que apresentou na exposição internacional, onde as artesãs Blanca Guambaña - que há 50 anos se dedica a fazer chapéus e outros artigos em palha "toquilla" - e Suritiak Naicha - representante da cultura shuar da Amazónia naquele País - serviam de guias para a compreensão da obra que o júri do concurso admitiu para a exposição internaciona. Um trabalho elaborado com o envolvimento de diferentes comunidades do Equador, em que registos fotográficos, 30 imagens, mereceram a intervenção das mãos e da criatividade das artesãs, associando-se assim ao tema desta sétima edição da Bienal: o toque.
As duas artesãos provenientes de áreas geográficas distintas do Equador serviram de embaixadoras da arte têxtil daquele País, explicando aos visitantes as especificidades do trabalho manual, mostrando-se encantadas com a hospitalidade que encontraram durante a semana que passaram em Guimarães.
Gracinda Paulo e Conceição Reis, duas vimaranenses que visitaram as diversas exposições do certame, elogiaram a oportunidade de conhecerem o trabalho, a ligação ao têxtil oriunda do outro lado do mundo, trocando impressões e procurando compreender as técnicas utilizadas e a conjugação das cores.
Aliás, durante a última semana, o Colectivo esteve no Centro de Artes e Ofícios da Cruz de Pedra, onde criou uma obra que ofereceu Contextile.
Em jeito de balanço, Joaquim Pinheiro, da organização, mostrou-se satisfeito com a "adesão fantástica" à sétima edição. "Foram 100 dias a celebrar a arte têxtil contemporânea, com as pessoas, com muitos cruzamentos culturais. Conseguimos confirmar a credibilidade que vai afirmando a Bienal ainda mais a nível internacional, com uma presença muito forte de espanhóis", observou.
O responsável lembrou que a Contextile surgiu em 2012, ano da Capital Europeia da Cultura, perdurando com o objectivo de manter "sempre uma relação estreita com o território de cultura têxtil" em harmonia com os artistas.
Foto das artesãos: Facebook da Contextile
Marcações: Contextile 2024