Contextile 2024: "Toque" e arte têxtil na maior Bienal de sempre em Guimarães
A sétima edição da Bienal de Arte Têxtil Contemporânea, Contextile 2024 vai apropriar-se do território e das instituições ao longo de 100 dias, "a maior de sempre alargado o período de actividade em mais de um mês".
De 7 de Setembro a 15 de Dezembro, deste ano, o evento regressa a Guimarães, tendo como tema "Toque". O país convidado é o Canadá.
Na conferência de imprensa, realizada ontem à tarde no jardim da Sociedade Martins Sarmento, a diretora artística da Contextile realçou que "os têxteis e o toque estão intrinsecamente ligados, formando uma relação que abrange várias dimensões". "O toque é uma ferramenta poderosa para estimular relações humanas mais próximas, colaborativas e saudáveis", destacou, ao justificar que a Bienal servirá para uma reflexão sobre o "Toque", "considerando-o como o primeiro de todos os sentidos capaz de nos reposicionar face ao mundo, numa perspectiva menos centrada no olhar".
"Reconsidera-se e recria-se o acto de tocar através do resgate das tradições e heranças têxteis, do contacto com os materiais orgânicos e naturais, da manualidade e da apetência para o analógico, mais também através do diálogo, confronto ou complementaridade com a exploração de novas materialidades e novos procedimentos tecnológicos aplicados à arte têxtil", afirmou, advertindo que "os têxteis e a arte têxtil são veículos importantes para repensar o toque e reavaliar como nos posicionamos nos lugares designados para a troca, onde tudo está em contacto".
Nesta edição, as residências artísticas vão decorrer durante o mês de setembro, sendo o resultado inaugurado em outubro.
Pela primeira vez, a artista em destaque na Bienal - Josep Grau-Garriga, nome fundamental da Escola Catalã de Tapeçaria e pioneiro da arte têxtil contemporânea, falecido em 2011, merecerá uma exposição retrospectiva.
A Exposição Internacional contará com 57 obras, de 50 artistas, seleccionados por um júri internacional a partir das propostas de mais de 1.300 artistas de 79 países que responderam à convocatória aberta para a edição de 2024.
"A Contextile conta com mais de uma década de trabalho, um acontecimento cultural e artístico ímpar que transforma Guimarães e a região do Vale do Ave no epicentro de um território de cultura têxtil", apontou Joaquim Pinheiro, director da Contextile, realçando que as residências artísticas vão reforçar essa ligação com a comunidade, numa partilha cruzada de saberes e sentidos estéticos.
A ligação ao Canadá - este ano o País convidado - resulta da proximidade estabelecida com a BILP - Biennale Intermationale du Lin de Portneuf que este ano comissiará uma grande exposição de obras de artistas que reflectem a dinâmica contemporânea da arte têxtil canadiana.
Presente na apresentação, Paulo Lopes Silva, vereador da cultura, destacou a relevância das palavras, aludindo ao inglês “in.touch” como “estar em contacto”, algo que a Bienal de Arte Têxtil Contemporânea tem feito em relação ao território vimaranense, através da proximidade e diálogo com os artistas, empresas e produtores, pois na sua opinião “só através de continuidade, consistência e coerência é possível afirmar um evento” e um território.
Para o vereador da Cultura, a Contextile encerra em si valores fundamentais que estão na base do desenvolvimento de Guimarães, como são exemplo as Textile Talks que, através da educação artística, conferem sustentabilidade a um projeto que tem como um dos seus objetivos principais afirmar a imagem positiva da indústria têxtil no território.
O programa inclui residências artísticas, performances, workshops e textiletalks, prolongando-se por 100 dias, reforçando as parcerias com outros territórios de cultura têxtil, ficando assim distribuído: exposição internacional (Palácio de Vila Flor), a exposição do artista convidado - Josep Grau-Garriga (Centro Internacional das Artes José de Guimarães), a exposição do país convidado - Canadá (Museu de Alberto Sampaio, Palacete de Santiago e Museu Martins Sarmento), Residências Artísticas (Convento dos Capuchos - antigo Hospital), "Emergências" - Ensino Artístico e Criação Têxtil (Garagem Avenida - IDEGUI), Workshops - "Experimentar o Têxtil", Textile Talks (Auditório do CCVF), e intervenções no Espaço Público.
Marcações: Contextile 2024