Rastreio à saúde mental das crianças de Guimarães revela resultados preocupantes
Os resultados são preocupantes e revelam o impacto da pandemia no bem-estar das crianças. O rastreio e a avaliação de problemas de saúde mental já permitiu a sinalização de um elevado número de crianças entre os 3 e os 10 anos a frequentar o ensino pré-escolar e o primeiro ciclo da rede pública do concelho de Guimarães.
A Vice-Presidente do Município e responsável pela área de educação manifestou a preocupação durante a última reunião do Executivo, ao fazer o ponto de situação do trabalho que está a ser desenvolvido, no âmbito do projecto que envolve a Associação de Psicologia da Universidade do Minho, do Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho (CIPsi) e do ProChild CoLAB. "O grupo de investigadores estabeleceu um paralelo entre a pandemia e uma situação de guerra, em que as crianças ficaram fechadas em casa e confrontadas com uma situação de insegurança. Os estudos já efectuados revelam que seria afectada a saúde mental de cerca de 20 a 30 por cento das crianças num cenário de guerra", esclareceu Adelina Paula Pinto, ao sublinhar que com a pandemia inicialmente a perspectiva era que o impacto fosse menor.
"O rastreio de saúde mental está a decorrer no formato on-line, com inquéritos para os encarregados de educação responderem. Já temos um volume superior a 30 por cento de crianças sinalizadas com problemas de saúde mental", apontou, indicando que para enfrentar os resultados do rastreio de saúde mental, o Município já está a preparar as respostas mais adequadas para garantir o acompanhamento das crianças.
"Há crianças com problemas que já estão a ser orientadas por psicólogos e algumas serão referenciadas para apoio na pedopsiquiatria do Hospital da Senhora da Oliveira", reconheceu a responsável, adiantado que estão a ser equacionadas as devidas respostas. "Achamos que o envolvimento em actividades ligadas com a arte ou com o desporto pode ajudar as crianças que se sentem inseguras, mas há outras situações que merecem uma intervenção com a equipa de psicólogos e há um grupo mais pequeno que eventualmente será encaminhado para a pedopsiquiatria", realçou, indicando a importância de intervir atempadamente no sentido de proteger as crianças mais vulneráveis e expostas aos efeitos da pandemia.
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