VÍDEO: Profissionais, mães e famílias querem comunidade unida pela amamentação em Guimarães

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O aleitamento materno em exclusivo é desejável durante, pelo menos, os primeiros seis meses de vida de um bebé. O «ouro líquido» funciona como uma primeira vacina, fortalecendo a saúde e os laços afectivos da mãe e da criança.

Para colocar o aleitamento materno no centro das atenções da comunidade vimaranense, o Hospital da Senhora da Oliveira (HSOG) e a Câmara Municipal vão lançar uma campanha destinada a intervir no sentido de proteger, consciencializar e apoiar a amamentação, com a realização de diversas iniciativas de proximidade com a população.

O projecto «Guimarães unido pela amamentação» tem como base uma iniciativa global organizada pela Aliança Mundial pela Acção no Aleitamento Materno, pela Organização Mundial de Saúde e pela UNICEF. "Queremos dar visibilidade, incentivar e divulgar a importância e os benefícios do aleitamento", começou por explicar Raquel Silva, enfermeira especialista em saúde materna e obstétrica do HSOG, sendo também formadora e conselheira em aleitamento materno.

Até ao próximo domingo, várias acções serão implementadas sob o lema "fortalecendo a amamentação, educando e apoiando". A apresentação do "cantinho do aleitamento materno", um workshop dedicado aos desafios da amamentação (dia 3), acções de sensibilização, o I Simpósio de Aleitamento Materno (dia 8) são algumas das iniciativas, destacando-se ainda a realização de uma caminhada «Laço Dourado» do Hospital ao Largo do Toural (dia 8, a partir das 11h15). Será ainda realizada uma exposição no átrio da unidade hospitalar.

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"Todos somos responsáveis por contribuir para que a amamentação e o aleitamento materno sejam bem sucedidos", manifestou a impulsionadora do projecto, realçando que as acções serão dirigidas aos serviços de saúde, mas também a instituições e até o espaço público da comunidade, onde a amamentação será objecto de uma campanha de comunicação que contou com o envolvimento activo dos profissionais de saúde, das mães, das crianças e respectivas famílias. "Amamentar é um processo natural, diferente de mulher para mulher, e que deve fazer parte do quotidiano de uma comunidade. Ninguém deve estranhar a presença de uma mulher a amamentar no banco de um jardim ou enquanto espera ser atendida num serviço público", observou Raquel Silva, esperando que as actividades da semana do aleitamento materno constituam "uma corrente de apoio" a esta prática.

Em contexto hospitalar, após o nascimento de uma criança, a maioria das mães escolhem amamentar. "Não há propriamente um estudo, mas é escasso o número de recusas", indicou a responsável pelo projecto, reconhecendo que é preciso investir na consciencialização para contrariar o abandono precoce do aleitamento materno.

"A escolha é sempre da mulher. O tema é abordado na preparação que é feita para o parto e a mulher quando chega aqui já tem essa decisão assumida. A nossa equipa assegura o apoio desde o nascimento, sendo que é muito importante, na primeira hora de vida, que o bebé receba o leite materno", fez questão de insistir, ao salientar que a família e os profissionais de saúde fazem parte desse processo, existindo até no Hospital um grupo de conselheiros da amamentação, devidamente certificados.

"Com a amamentação todos ganham. Segundo a Organização Mundial da Saúde, pelo menos durante os primeiros seis meses de vida do bebé, o leite materno deve ser o seu alimento exclusivo. Isto porque a amamentação traz vários benefícios para a sua saúde e desenvolvimento, seja pelo valor nutricional ou pela temperatura do leite, estando sempre pronto para o seu consumo. Mas as mulheres também beneficiam desta prática, porque ela ajuda na recuperação do peso anterior à gravidez e a prevenir hemorragias após o parto.

As enfermeiras especialistas Ana Rita Ramos e Marta Rodrigues integram também a equipa que está envolvida na promoção da Semana Mundial do Aleitamento Materno. "Queremos que a comunidade sinta que é parte deste projecto porque o aleitamento materno prolongado é de extrema importância a fim de evitar o desmame precoce", sublinha Ana Rita Ramos.
"Sou uma apaixonada pela amamentação pessoal e profissionalmente sempre defendi que o ambiente, as instituições e a sociedade em geral devem estar cada vez mais motivadas a ter um papel de reforço e de promoção e apoio às mães e famílias que querem amamentar. É importante divulgar e espalhar imagens da amamentação para que a sociedade em geral aceite cada vez mais como natural, ajudando as mães a manterem a amamentação prolongada", elucida Marta Rodrigues, concluindo que não há uma idade certa para o desmame.

 

"O acto de amamentar é mesmo um poder que nos é concedido pela Mãe Natureza e devemos aproveitá-lo"

Há momentos que ficam gravados na memória para sempre. Amamentar é uma dessas experiências associada ao sempre inesquecível nascimento de um filho. Maria José Martins, contabilista, de 43 anos, é um dos rostos da campanha de promoção do aleitamento materno.

"Quando engravidei pela primeira vez, amamentar era um desejo muito forte associado à experiência do nascimento do meu filho. Correu tudo muito bem, apesar das dificuldades iniciais porque foi preciso insistir com ele para agarrar a mama. Nos primeiros dias, senti algum desconforto, mas a vontade de conseguir foi mais forte e o amor superou tudo", afirmou, confiante, estando agora a amamentar o segundo filho.

"Considero que a nossa relação ganhou mais proximidade. A beleza da maternidade continua na amamentação. Senti com o primeiro filho e estou a sentir com o segundo. O acto de amamentar é mesmo um poder que nos é concedido pela Mãe Natureza e devemos aproveitá-lo", acrescentou, ao dar conta que o primeiro filho foi amamentado até aos 16 meses. "Estive quatro meses em exclusivo com ele e depois tive de conciliar a amamentação com a actividade profissional. Até aos seis meses tentava sempre vir para a casa para o amamentar, porque ele dependia de mim e eu sabia que ele ia olhar para mim como se visse Deus. Sinto e sei que a amamentação é uma bênção, pelos nutrientes, mas também pela relação que criamos com os nossos bebés. Enquanto a Mãe Natureza me permitir, irei amamentar", assumiu.

Marcações: Câmara de Guimarães, Hospital Senhora da Oliveira, aleitamento materno, Guimarães unido pela amamentação, amamentação

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