Marques Mendes considera que se deputados da AR fossem escolhidos por critérios de qualidade «70 a 80 por cento não estavam lá»
"Há uma falta de qualidade na vida política nacional. A generalidade dos políticos é séria, mas não é competente". São afirmações de Luís Marques Mendes, feitas ontem ao início da noite, durante a conferência «Os desafios de Portugal no quadro europeu e mundial», organizada pelo Lions Clube de Guimarães, na Pousada de Santa Marinha na Costa.Ao responsabilizar o actual sistema eleitoral, Marques Mendes considerou que "não há boas decisões sem bons decisores", apontando o exemplo da Assembleia da República e dizendo: "aquilo é um susto". "Por critérios de qualidade, 70 a 80 por cento não estavam lá. A generalidade dos políticos é séria, o que não é competente! Isto só acontece porque a responsabilidade é do sistema eleitoral", observou.
Para a actual situação mudar, o conhecido comentador disse que tem de haver um "sobressalto cívico", "uma pressão séria da sociedade civil para agitar os partidos".
Em ano de eleições autárquicas, a forma como os partidos escolhem os seus candidatos, com uma aposta no mérito, como um exemplo a seguir para a reforma da credibilidade dos políticos em Portugal.
Ao referir-se aos desafios que Portugal enfrenta, Marques Mendes considera que numa "Europa que vive numa encruzilhada, por falta de estratégia e liderança política, o nosso país tem estado no pelotão da frente e assim conseguirá influenciar decisões. Por isso, no sentido de privilegiar a sua credibilidade lá fora, Portugal tem de reforçar a estabilidade, colocar ordem no sistema financeiro e conseguir retomar o crescimento económico. Nesse contexto, defendeu um maior esforço na transferência de conhecimento produzido nas Universidades para as empresas.
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