Equipa de sapadores prosseguem os trabalhos na gestão florestal
"É sempre melhor prevenir do que remediar". Esta é a premissa das equipas florestais e dos seus sapadores. Em Guimarães, tal como acontece Vila Nova de Famalicão, S.Tirso e Trofa, cinco equipas de sapadores florestais da Associação de Silvicultores do Vale do Ave prosseguem os seus trabalhos de prevenção com a realização de faixas de gestão de combustível.
De acordo com o responsável pela coordenação das equipas florestais, Manuel Ramos, Guimarães tem duas zonas de risco. A zona da Penha está classificada como de risco médio. "O risco é menor porque tem mais turistas e é mais fácil identificar um foco de incêndio", aponta. Já a zona de Balazar, Longos, Briteiros ou Leitões é de alto risco, segundo o responsável. "É uma zona que tem sido fustigada com incêndios. Nós temos uma equipa de vigilância situada na Citânia de Briteiros. Limpamos no ano passado uma caminho principal e este ano um caminho secundário. Esta actuação também persuade os proprietários a gerir os seus terrenos e, por outro lado, vou pressionar a junta de freguesia para manter aquele caminho circulável de uma forma segura."
Manuel Ramos destaca ainda o papel dos municípios na gestão das florestas, com uma limpeza "cada vez mais eficiente" e com uma "melhor dinâmica das áreas florestais e caminhos". "Isso vê-se bem em Guimarães. Por parte dos proprietários há alguma sensibilização, principalmente aqueles que são notificadas. Numa área urbana mais próxima tem mais sensibilidade, seja pela queixa dos vizinhos ou pelos próprios que têm mais algum cuidado com os terrenos", explica.
O mesmo não pode afirmar sobre o papel do Estado. Manuel Ramos defende que o Governo deve ajudar os privados na gestão da floresta. "O Estado não tem em conta a opinião dos proprietários, que são donos de 90% da floresta portuguesa, nem cria condições para que essa gestão seja realizada. Se eu sou um pequeno proprietário de uma área que não seja capaz de criar riqueza para a gestão dessa mesma área o Estado deveria criar mecanismo para incentivar os proprietários para a gestão. Podiam, por exemplo, agrupar proprietários", sustenta.
A fiscalização é assim o "único incentivo", para além da "sensibilização nacional para os incêndios". De qualquer forma, segundo o coordenado das equipas florestais, a presença de uma carrinha amarela dos sapadores, "independentemente de não ser uma autoridade, persuade quem vai fazer asneiras, sensibiliza quem gosta da floresta e presta o serviço à comunidade". "Sabem que os caminhos vão estar transitáveis, vão ter uma área limpa e percebem que têm ali alguem a cuidar do bem comum. Recordo que o nosso espaço ver faz um controlo climático, não só ao nível do oxigénio, mas também no controlo de temperatura é importante a presença de áreas florestadas", aponta.
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