Votos de pesar pelas mortes de Edmundo Marques de Campos e Adriano Moreira aprovados por unanimidade
A vereação vimaranense aprovou por unanimidade a atribuição de dois votos de pesar: o primeiro pela morte de Edmundo Marques de Campos, o primeiro Presidente da Câmara de Guimarães, que exerceu funções de Presidente da Câmara entre 1977 e 1979; e o segundo pela morte de Adriano Moreira, falecido no passado dia 23 de Outubro, e que exerceu funções no Conselho Geral da Fundação Cidade de Guimarães.
No texto referente ao voto de pesar pela morte de Edmundo Marques de Campos, o Presidente da Câmara recordou que, "em 1975, foi convidado para presidir à Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Guimarães, um convite surgido na sequência das eleições para a Assembleia Constituinte, que decorreram em 25 de Abril de 1975, as primeiras realizadas no Portugal Democrático, e nas quais o Partido Socialista foi o mais votado no Município de Guimarães. O mandato da referida Comissão Administrativa decorreu durante todo o ano de 1976, no final do qual tiveram lugar as primeiras eleições democráticas municipais e do poder local. Em dezembro de 1976, Edmundo Marques de Campos foi eleito, como candidato do Partido Socialista, Presidente da Câmara Municipal para o mandato 1977/1979. Desse mandato, destacamos algumas das suas ações de que resultaram concretizações de relevo para o concelho de Guimarães: - Aquisição do Palácio de Vila Flor para as instalações provisórias da Universidade do Minho, decisão que foi decisiva para a concretização de Guimarães como cidade universitária, num tempo em que a localização de todos os cursos em Braga era defendida pela Reitoria universitária; - Conclusão das habitações sociais da Urbanização da Conceição, assumindo a Câmara Municipal a responsabilidade da entrega de casas perante adiamentos constantes do Fundo de Fomento da Habitação, entidade pública sua proprietária; - Diligências para a decisão da construção do Bairro Social da Emboladoura, em Gondar, iniciada nesse mandato, embora só concluída no mandato seguinte; - Construção de várias estradas municipais de relevante função na estruturação viária do Município, como Urgezes/Abação, por Pinheiro, e Serzedelo/Conde por Gandarela, entre outras; - Adjudicação da elaboração do Plano Geral de Urbanização da Cidade de Guimarães ao Arquiteto Fernando Távora, cuja apresentação decorreu no final do mandato em 1979, e que foi decisiva para a participação do prestigiado Arquiteto no urbanismo da cidade e para a sua proposta futura de reabilitação da zona, hoje classificada, como centro histórico; - Construção de cerca de duzentas novas salas de aula do ensino primário, e várias novas escolas, como as de Mascotelos e Mesão Frio, entre outras; - Adjudicação do primeiro projeto global de saneamento da cidade; - Instalação do Horto Municipal nos jardins do Palácio de Vila Flor, após a sua aquisição para as instalações da Universidade do Minho; - Conclusão da electrificação de todo o concelho, com a instalação da luz pública em Gominhães, a última freguesia a ser eletrificada; - Alargamento da rede de transportes urbanos a Pevidém e freguesias confinantes, como consequência da sua integração na área urbana da cidade; - Início da instalação do Parque Industrial de Ponte; - Retomar das comemorações nacionais do 24 de junho com a presença do Presidente da República Ramalho Eanes nas cerimónias de 1979".
O texto do voto de pesar, assinado pelo Presidente da Câmara, Domingos Bragança, recorda que, em 2015, foi-lhe atribuída a Medalha de Honra do Município de Guimarães, em sinal de reconhecimento pela "acção interventiva e fundamental no desenvolvimento do concelho", destacando "o legado e exemplo de ética e serviço público" que "deixa à nossa Cidade".
Na reunião do Executivo realizada ontem, a vereação vimaranense aprovou também por unanimidade o voto de pesar pela morte de Adriano Moreira. A proposta assinada pelo Presidente da Câmara de Guimarães destaca que Adriano Moreira, figura incontornável da política nacional e reconhecido professor universitário, que desempenhou diversas funções no Estado e ocupou vários cargos de relevo nacional e internacional, "exerceu funções no Conselho Geral da Fundação Cidade de Guimarães, entidade criada pelo Ministério da Cultura e pela Câmara Municipal de Guimarães, em 2009, para organizar e gerir o evento Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura".
"Adriano Moreira, conhecido defensor da nossa língua e da nossa cultura, lutou pela liberdade e democracia, tendo atravessados dois regimes. Recebeu várias condecorações, as últimas das quais a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em outubro de 2017, e a Grã-Cruz da Ordem de Camões, em junho de 2022". "Em nome dos Vimaranenses, proponho que a Câmara Municipal de Guimarães expresse o reconhecimento pelo exemplo de ética e pelo serviço público que Adriano Moreira prestou ao nosso país, bem como pelos serviços prestados a Guimarães", refere o texto.
Marcações: reunião camarária, voto de pesar