PCP exige mais esclarecimentos sobre projecto de alta velocidade

O PCP acusa o Governo de prometer "a ligação ferroviária Braga - Lisboa em 2h00", mas nada disse sobre a viagem Braga - Guimarães "demorar em média mais do que 1h30", numa alusão ao projecto de alta velocidade apresentado na semana passada.

Em comunicado a Direcção Distrital do partido defende que "a expansão da rede ferroviária implica um planeamento com profundidade", classificando de "inaceitável" que "o anúncio agora feito já tenha sido feito em 2000 no último Governo PS com António Guterres", estando a conclusão agora apontada para 2030.

"Não havendo uma linha ferroviária que una os dois concelhos Braga a Guimarães, para utilizar o comboio é necessário trocar de linha em Lousado, concelho de Vila Nova de Famalicão, e ali apanhar o comboio que liga o Porto a Guimarães. Em média, a viagem ferroviária entre Braga e Guimarães demora uma 1h32m para percorrer a distância de apenas 25 km que separa os dois concelhos. É como se esta distância fosse percorrida a 16 km/h!", aponta a estrutura partidária, exigindo esclarecimentos sobre questões que ficaram sem resposta na apresentação do projecto.

"A inexistência de uma cintura ferroviária entre as quatro maiores cidades da região (Braga, Guimarães, Barcelos e Vila Nova de Famalicão), juntamente com a destruição de linhas férreas – como a ligação entre Guimarães e Fafe ou Vila Nova de Famalicão e Póvoa de Varzim – e o adiamento de importantes investimentos são alguns dos fatores que limitam a importância estratégica e estruturante do caminho-de-ferro. A modernização da linha do Minho, defendida pelo PCP há décadas, é exemplo flagrante da falta e atraso do investimento, só recentemente foi iniciada e já se depara com atrasos em relação à calendarização estipulada", acrescenta no comunicado.

Para o PCP, o anúncio feito pelo Governo "nada diz acerca destas ligações ferroviárias necessárias concretizar na região, limitando-se a adiantar intenções vagas sobre a alta velocidade, com datas longínquas e projectos cuja concretização depende não apenas de capacidades nacionais mas também de decisões políticas das autoridades espanholas".
"Neste processo não pode ser ignorado que a expansão da rede ferroviária implica um planeamento com profundidade, para mais em zona de tão elevada densidade populacional, o que mostra bem a falta de serviços públicos de planeamento que foram desmantelados no passado", refere ainda o comunicado,, reafirmando as propostas do PCP para o reforço da ferrovia na região e no País, reclamando do "Governo esclarecimentos" e exigindo que "os presidentes das câmaras municipais assumam uma posição de verdadeira defesa do interesse público e das populações".

Marcações: linha de alta velocidade

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