Adepto do Sporting agredido com navalha contraria versão do arguido

Alfredo Alves, o adepto do Sporting ferido com um golpe de navalha nas costas, depois do encontro entre a formação de Lisboa e o Vitória, no Estádio D. Afonso Henriques, a 1 de Novembro do ano passado, contrariou a verão apresentada na primeira sessão do julgamento pelo principal arguido no processo.

De acordo com o depoimento de Alfredo Alves, de 38 anos, natural e residente em Mirandela, o crime aconteceu ainda no passeio, com este de pé, e não no chão enquanto agredia o arguido de 20 anos, como este acusou, alegando a acção como legítima defesa.

Depois de ter abandonado a caixa de segurança, juntamente com os três amigos que viajaram com ele de Mirandela para assistir ao jogo, o grupo de adeptos do Sporting dirigiam-se para a viatura quando, alega, foram atacados ao passar numa paragem.

"Senti qualquer coisas nas costas que não foi um murro. Passei a estrada e alguém me agarrou o pescoço e deitou ao chão. Estivemos no chão um em cima do outro. Eu estava por cima e tentei fugir, mas não consegui. Vi que apareceu um polícia e essa pessoa fugiu. Levantei-me, senti algo a escorrer pelas costas e vi que era sangue", afirmou Alfredo Alves, que acabou por ficar internado quatro dias no Hospital de Guimarães e 11 no Hospital de Mirandela.

Contudo, as respostas da vítima nem sempre foram coerentes, acabando mesmo por entrar em pequenas contradições. A dada altura do depoimento a juíza chegou mesmo a avisar que dizer "meias verdades", pode levar o Tribunal a não acreditar na sua verdade.

Antes do adepto do Sporting, um dos agredidos, começar a prestar declarações, houve ainda espaço para o principal arguido do processo, um jovem de 20 anos, desempregado, que assumiu ter sido consumidor de cocaína até ao dia dos factos e a viver com a avó no Bairro de Nossa Senhora da Conceição, voltar a pedir desculpa à vítima. Pedido que já havia feito através de uma carta enviada à vítima e pessoalmente no final da primeira sessão do julgamento. Pedido que a vítima desvaloriza por achar que "não há arrependimento".

Houve ainda tempo para um dos outros agredidos começar a prestar declarações. Alexandre Figueiredo, ao contrário do seu amigo, diz que seguiam pelo passeio em fila indiana e no meio da confusão "levei duas facadas que não senti. Fugi entrei no carro com outros dois e fugimos até junto da polícia e das claques do Sporting".

O julgamento prossegue no dia 13 ou 21 deste mês, para continuar a ouvir testemunhas da acusação, nomeadamente os outros três adeptos do Sporting que viajaram de Mirandela para assistir ao jogo que o Vitória venceu por 3-0.

Marcações: Judicial

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