Pimenta Machado e Vale e Azevedo em silêncio no Tribunal
Pimenta Machado e Vale e Azevedo recusaram hoje fazer declarações na primeira sessão do julgamento no Tribunal de Guimarães, acusados de peculato e falsificação de documentos. O ex-presidente do Vitória Pimenta Machado está acusado de quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documentos, enquanto o ex-dirigente do Benfica Vale e Azevedo responde por um crime de peculato e dois de falsificação de documentos.A primeira sessão do julgamento começou com a leitura do despacho de pronúncia pelo colectivo de juízes do Tribunal de Guimarães.
Após a leitura os juízes perguntaram aos arguidos se queriam prestar declarações e como estes recusaram o tribunal passou imediatamente à audição das testemunhas.
A primeira testemunha a ser ouvida foi o inspector da Polícia Judiciária Rui Fernandes, da Direcção Central de Investigação e Combate ao Crime Económico e Fiscal (DCICCEF), que fez o relatório pericial às contas do Vitória.
O despacho de pronúncia engloba a alegada apropriação indevida de verbas pela transferência dos jogadores Fernando Meira para o Benfica e Pedro Barbosa e Pedro Martins para o Sporting, assim como a aquisição de dois futebolistas brasileiros, Alexandre e Riva.
No processo, a ligação entre Pimenta Machado e Vale e Azevedo prende-se com a transferência de Fernando Meira para o Benfica, na qual o ex-dirigente vitoriano é acusado de se ter apropriado de 450 mil euros da verba envolvida na operação.
Na fase de instrução, Pimenta Machado confessou ter inventado a entrega a um empresário de uma comissão que não existiu, mas argumentando que o fez para ser ressarcido de vários empréstimos pessoais feitos anteriormente ao clube para contratar outros jogadores.
O pagamento foi feito a uma empresa off-shore sedeada na ilha de Niue, no Pacífico, que viria a descobrir-se ser sua propriedade.
Por seu turno, o ex-líder do Benfica é acusado de ter falsificado dois documentos que iriam servir de suporte à contratação de Fernando Meira.
Para o primeiro dia do julgamento, o juiz-presidente da 2ª Vara Mista do Tribunal de Guimarães solicitou a comparência de Pimenta Machado e Vale e Azevedo e das primeiras oito testemunhas arroladas pelo Ministério Público.
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