VÍDEO: Greve nacional na educação: Concentração em Guimarães em defesa dos direitos dos assistentes operacionais

images/2024/outubro/protesto_stop.jpg

O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação - STOP - organizou esta manhã uma concentração em frente à Escola EB 2, 3 João de Meira, numa acção de luta dedicada à defesa do "dia nacional dos assistentes operacionais das escolas", inserida na greve nacional decretada para esta sexta-feira.

Indignados com a actual situação laboral, os assistentes operacionais exigem melhores condições de trabalho, constituindo o protesto um grito de revolta perante a situação actual. "O descontentamento abrange todos os profissionais de educação, mas hoje assinalamos o dia nacional dos assistentes operacionais", justificou Mónica Duarte, dirigente do STOP, ao sublinhar que a data deverá ser instituída para que seja reconhecido o papel destes profissionais nos estabelecimentos de ensino "que fazem muito com o pouco que têm".

"A escola pública não pode continuar a definhar. Não há docentes para lecionarem as aulas, não há assistentes operacionais em número suficiente para garantir a segurança e a harmonia das crianças. É cada vez mais complicado um assistente operacional conseguir dar o apoio que as crianças precisam, mesmo quando se magoam. Os assistentes operacionais têm um conteúdo funcional imenso: a limpeza, o acompanhamento das refeiçoes, dos recreios, somos os 'psicólogos' das crianças, porque contactamos directamente com elas e conhecemos os seus problemas: é a nós que os pais entregam os filhos, a quem confiam os maiores tesouros. E não há assistentes operacionais em número suficiente nas escolas", salientou.


Durante cerca de hora e meia, cerca de três dezenas de manifestantes entoaram palavras de ordem, como: "A escola unida jamais será vencida"; "assistentes operacionais para uma escola inclusiva"; "Estes são os profissionais da educação, unidos para vencer, todos juntos vamos dizer a nossa luta é a educação". A concentração aconteceu à porta de um estabelecimento de ensino que funcionou normalmente.

Há 30 anos ao serviço do ensino, Regina Freitas defendeu que sem a valorização dos assistentes operacionais todo o sistema fica comprometido. "Continuamos a receber o salário mínimo. Temos muita falta de pessoal. Na escola onde estou colocada, temos oito pessoas em falta, num universo de 20, e a Câmara de Guimarães não procedeu a substituições. Temos de fazer o trabalho de quem falta, somos exploradas e o cansaço é muito grande porque isto acontece em períodos muito prolongados, de semanas e meses seguidos. Esta situação compromete a segurança, a estabilidade, a gestão dos miúdos porque não temos tempo para prestar-lhe a atenção que precisam. É insustentável. Estamos revoltados e vamos lutar até que a Câmara olhe para nós como profissionais fundamentais para a harmonia e segurança que deve existir nas escolas", assinalou a assistente operacional que exerce funções numa escola do Agrupamento Fernando Távora. "Há pessoas que pedem licenças sem vencimento e não são logo colocadas as substituições; se um professor faltar, 30 dias depois há outro professor para o substituir, no caso dos assistentes operacionais não, por quê? Acho que fazemos tanta falta como os professores. Se os professores fizerem greve a escola funciona porque os assistentes operacionais estão lá e asseguram, mas se os assistentes operacionais fizerem greve a escola fecha. A Câmara que olhe para nós com a importância que temos", pediu.

Na Escola EB1 de Oliveira do Castelo, Isabel Ramalho sente a mesma pressão. "Estou a lutar por aquilo que acho que é um direito, porque trabalhamos imenso, somos poucos assistentes operacionais. O Estado tem de resolver este problema. É muito trabalho para tão poucas pessoas. Neste momento, temos quatro pessoas a trabalhar com a ajuda de alguns colegas que vêm de outras escolas, deixando esses estabelecimentos de ensino. Temos colegas doentes porque a carga de trabalho é muito grande e não aguentam", disse, manifestando o desejo de que a greve sirva "para dignificar todos os profissionais da educação".

Marcações: assistentes operacionais, greve nacional , STOP

Imprimir Email