AAUM está contra o descongelamento das propinas
A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) está contra o descongelamento das propinas no ensino superior. A possibilidade do governo descongelar o valor das propinas está a levantar bastantes preocupações entre os estudantes e várias associações académicas já vieram a público manifestar o seu desagrado.
A notícia foi avançada pela RTP e diz que o descongelamento das propinas poderá estar prevista no próximo Orçamento do Estado e começar a ser aplicado a partir de 2025.
Considerada como uma medida que representa um retrocesso inaceitável, os estudantes dizem que a concretizar-se pode colocar em causa o acesso universal e democrático à educação superior
"Nós acreditamos num ensino superior público, gratuito e universal. Qualquer português deve conseguir aceder ao ensino superior independentemente da sua situação social e económica. Quando ouvimos o possível descongelamento das propinas ficamos preocupados. A existir um descongelamento que seja para baixo, isto é para reduzir. Os custos que um estudante do ensino superior tem são muito elevados. Não é só a propina, são custos com alojamentos, materiais ou transporte. São factores que dificultam o acesso ao ensino superior que é em Portugal um dos principais factores de elevadores sociais e económicos. Este é um investimento que o país faz", defende Margarida Isaías, presidente da AAUM.
De resto, a responsável já fez chegar esta pretensão ao Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em diferentes momentos. "É algo que levamos às nossas reuniões ainda antes de aparecer esta possibilidade. Com a alteração dos mestrados integrados e a respectiva desintegração da licenciatura, as propinas também aumentaram, uma vez que não há um estudante que não conclua o mestrado", acrescenta.
O pagamento de propinas é mais uma dificuldade no acesso ao ensino superior para os estudantes que se deparam também com a dificuldade de encontrar alojamento a preços acessíveis. Tanto em Braga como em Guimarães estão a ser disponibilizados quartos a uma "média de 300 euros", segundo Margarida Isaías, que relata ainda a diminuição de qualidade. "Temos verificado a diminuição da qualidade dos quartos, com senhorios a transformar salas de estar em quartos. Isto reflecte um aumento de preços e uma diminuição de qualidade de vida para o estudante", aponta.
A AAUM está a "aguardar" a conclusão das obras das novas residências universitárias e da reabilitação que existem. Enquanto isso não acontece, chegam vários pedidos de ajuda à associação. "Não só para encontrar da melhor forma alojamento, mas também perceber o preço de mercado para não serem enganados ou com ajuda na burocracia", descreve a presidente da AAUM.
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