Covid-19: Escolas de Guimarães preparadas para garantirem apoio aos filhos de profissionais de saúde e das forças de segurança
A Vice-Presidente e responsável pelo Departamento de Educação da Câmara de Guimarães garante que a Autarquia está a recolher informações para garantir que todas as crianças, "filhos de profissionais de saúde e das forças de segurança tenham uma escola no Concelho a funcionar com todas as condições que os apoia", enquanto estão envolvidos no exercício das suas funções. "Estamos a fazer um levantamento e deixo aqui o apelo a todos que necessitem que indiquem à escola, basta uma chamada telefónica, para percebermos quem precisa desse tipo de resposta", sublinhou Adelina Paula Pinto.
"Temos também todas as cantinas abertas das escolas E. B. 1 e E. B. 2, 3, aguardando agora que os pais e encarregados de educação dos alunos com escalão A, aqueles a quem o Ministério nos encarregou de continuar a disponibilizar o almoço, nos indiquem as suas necessidades", frisou, acrescentando: "Só depois desse apuramento, com os dados recolhidos é que vamos perceber se vamos precisar de todas as escolas abertas, ou se vamos ter as EB 2, 3 a disponibilizar as refeições para as suas áreas de intervenção pedagógica".
Em declarações ao Grupo Santiago, a responsável pediu: "Deixo um apelo a todos os pais e encarregados de educação dos alunos que estão nestas condições para darem a indicação às escolas para que seja possível fazer o planeamento mais correcto do nosso trabalho. Estamos a equacionar um serviço de entrega ao domicílio, evitando que os alunos ou os pais e encarregados de educação tenham de sair de casa e andem na rua".
Para a Vice-Presidente, é tempo de "recolhimento e isolamento social". "É um tempo que nenhum de nós passou nem nunca pensou que iria passar. É um tempo de responsabilidade individual que é a grande diferença que vai definir aquilo que vai acontecer daqui para a frente... Sabemos que a situação vai piorar nos próximos dias, mas sabemos que fruto daquilo que fazemos hoje a situação pode vir a melhorar, esta é a responsabilidade individual de cada um de nós", comentou, indicando que as crianças do concelho de Guimarães "estão conscientes das regras que devem ter, conscientes de tudo o que devem ou não fazer".
"Deixo o desafio aos adultos que lidam com as crianças: 'oiçam as crianças, elas sabem o que têm a fazer, cumpram o que as crianças dizem', porque este foi um trabalho feito com enquadramento pedagógico nas escolas", avisou.
Recorde-se que a suspensão de toda a atividade escolar lectiva e não lectiva presencial foi uma das principais medidas extraordinárias de contenção e mitigação do novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, adoptadas pelo Conselho de Ministros de quinta-feira. Antes, já as principais universidades do país tinham decidido por sua iniciativa parar as aulas presenciais.
A medida do Governo seguiu-se a um parecer do Centro Europeu para Prevenção e Combate às Doenças, que recomenda aos Estados-membros da União Europeia o encerramento imediato dos estabelecimentos de todos os graus de ensino.
Quando anunciou a suspensão das aulas, o primeiro-ministro, António Costa, considerou que a pandemia está longe de ter atingido um pico e, em 09 de abril, o Governo determinará o que fazer em relação ao terceiro período e vai preparar medidas alternativas ao ensino presencial, que permitam assegurar a conclusão deste ano lectivo.
Segundo uma orientação do Ministério da Educação, em cada escola estará apenas uma equipa para assegurar a manutenção e vigilância dos espaços, as questões administrativas e a sinalização de situações excepcionais.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, advertiu que "ninguém está de férias" com a suspensão das atividades letivas, e a ideia é continuar a trabalhar à distância, devendo os professores titulares e diretores de turma garantir que têm os contactos eletrónicos e telefónicos de todos os encarregados de educação e/ou alunos.
O Governo sugere ainda às escolas que falem com as autarquias para que seja encontrada uma solução junto das respostas sociais locais para os alunos cuja refeição escolar é indispensável.