Ricardo Costa sobre a Coelima: «Há empresas vimaranenses interessadas numa solução»

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Há empresas vimaranenses interessadas em contribuir para uma solução que viabilize o futuro da Coelima. A garantia foi deixada pelo Vereador da Divisão de Desenvolvimento Económico, em declarações prestadas aos jornalistas, no final da reunião do Executivo vimaranense desta segunda-feira.
Depois do pedido de insolvência da Coelima apresentado na passada quarta-feira pela Administração do Grupo MoreTêxtil, Ricardo Costa assegurou que o Município tem mantido contactos com o Ministério da Economia, revelando que há empresas interessadas em contribuir para uma solução


"Tanto eu como o sr. Presidente da Câmara estamos a acompanhar com muita proximidade essa situação e, inclusive, já reunimos com o novo administrador do Grupo MoreTêxtil, com o seu administrador financeiro, para percebermos a dimensão do que temos em cima da mesa, mas há questões confidenciais", disse, mostrando-se preocupado com o cenário despoletado pelo pedido de insolvência.
"Esta segunda-feira, temos reuniões com o Grupo More Têxtil e, amanhã, com o sr. Ministro da Economia sobre esta questão. Falei com o Secretário de Estado na sexta-feira a pedido do Sr. Presidente da Câmara", acrescentou, ao sustentar que "há várias empresas de Guimarães que estão interessadas no Grupo, no Grupo de forma faseada". "Sei que uma das empresas já tem uma espécie de memorando de entendimento para com outra empresa de Guimarães. Há aqui várias hipóteses, vários empresários estão interessados em ficar com o Grupo se necessário for", afirmou, confiante numa solução que permita viabilizar a empresa.

"Quando o problema é económico, torna-se mais complicado ultrapassar. Quando não há mercado, quando não há economia para determinada empresa, será mais difícil ultrapassar porque tem que se reinventar, posicionar de outra forma, criar novos produtos e serviços. Aqui não é um problema económico, porque a empresa é viável, tem uma carteira de clientes com algum significado. A questão é financeira porque o problema arrasta-se há muitos e muitos anos. Por isso, é preciso olhar para isto de forma mais global e estruturada", continuou, frisando que a acção do Município tem sido de "intermediação". "Estamos preocupados, mas confiantes que pode haver uma solução para este problema que não é económico. É um problema de insustentabilidade financeira. Existe mercado, grandes encomendas, mas se a questão financeira não for resolvida começam a criar um clima de desconfiança dentro do próprio Grupo que depois é difícil os clientes e os fornecedores confiarem. Temos de estancar esse problema de imediato e foi isso que fizemos", apontou Ricardo Costa.

Após ser questionado se da parte do Governo haverá receptividade para desbloquear apoios para as candidaturas apresentadas a linhas de financiamento criadas no âmbito da Covid-19, o Vereador da Divisão de Desenvolvimento Económico comentou: "há questões macro para além dessas questões". "As linhas Covid-19 chegam à Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua (SGPM) que avaliza a garantia de Estado, mas antes disso têm de passar num filtro dos bancos. Há questões que são mais complexas do que aquilo que parecem! Não é só libertar linhas de apoio no âmbito da Covid-19, é preciso perceber aquilo que se está a passar. É preciso olharmos para este Grupo com a importância e com a dimensão de posicionamento que tem até no mercado internacional porque o Grupo More Têxtil é detido por um Fundo, onde participam os bancos que são os credores. Todos temos interesse na resolução, mas primeiro temos de olhar para os colaboradores e estamos a falar de 800 pessoas em todo o Grupo e temos de cuidar disso, não podemos fazer de conta que o problema não existe. Ele existe, mas pior seria se fosse uma empresa sem encomendas, sem mercado ou posicionamento.
É preciso resolver uma questão financeira que, se calhar, tem 20 ou 30 anos", frisou.

O responsável sublinhou que "há vários empresários interessados numa solução", precisando ter conhecimento de que "há uma empresa com um memorando de entendimento nesse âmbito e há mais duas que estão a ser estudadas com empresários com grande possibilidade e poder financeiro para levar a bom porto esta questão". "Estou convencido que vamos chegar a uma boa solução, mas não podemos descurar nenhum pormenor. Desde a semana passada que o Município está em articulação máxima com todos, com a empresa e com o Ministério da Economia para tentar resolver esta questão", afiançou.


Marcações: Coelima

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