Coelima com futuro suspenso até ao próximo dia 25

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A Coelima continua com o futuro suspenso. Ao cabo de cerca de quatro horas de assembleia de credores não houve «fumo branco». Com efeito, os credores não votaram uma proposta que viabilize a empresa, tendo votado o relatório apresentado pelo Administrador de Insolvência que foi aprovado com 96% dos votos dos 250 credores.

No final da assembleia o coordenador do Sindicato Têxtil do Minho, Francisco Vieira, explicou as razões pelas quais não estavam reunidas as condições para votar as propostas.
"Depois de muita discussão ficou claro que não havia condições para votar fosse qual fosse a proposta porque as propostas chegaram ontem aos elementos da Comissão de Credores e só hoje de manhã os mandatários dos credores é que tiveram delas conhecimento e mesmo os representantes dos bancos não estavam preparados para votar qualquer proposta" afirmou.
Foi neste cenário que foi decidido votar "pela continuidade da empresa, aprovando o relatório", acrescentou Francisco Vieira.
Às três propostas que deram entradas no Juízo de Comércio do Tribunal de Guimarães juntou-se uma nova proposta apresentada durante a reunião, pertencente à empresa vimaranense de S. Torcato, Vipetrade-comércio Internacional Lda., que avançou com um sinal de 130 mil euros. Ainda assim, o representante dos trabalhadores, o advogado José Oliveira explicou os motivos que levaram à oposição a esta proposta.

"Na defesa dos interesses dos trabalhadores e na sua opinião votamos não. Porquê? Percebo o interesse da Vipetrade porque tem neste momento um contrato promessa celebrado e entregou um sinal de 130 mil euros e se o negócio não for formalizado, vai perder esses 130 mil euros. Portanto, entre perder os 130 mil euros ou pagar um milhão que falta e ficar com o imóvel, claro que era mais vantajoso para a Vipetrade, mas não é vantajoso para os trabalhadores", referiu.
O Advogado vimaranense destacou dois motivos para a posição dos trabalhadores: "primeiro porque o dinheiro revertia para a Caixa Geral de Depósitos que tem hipoteca sobre esse imóvel, portanto esse dinheiro não era para a massa insolvente nem para os trabalhadores. Por isso é que perante a proposta apresentada, só houve um credor que entendeu ser uma boa proposta que era o mandatário da Caixa Geral de Depósitos, naturalmente".

A assembleia decidiu abrir novo prazo para apresentação de propostas que termina às 18h00 da próxima segunda-feira e que serão discutidas e votadas em nova assembleia de credores marcada para o próximo dia 25. O Administrador de Insolvência, Pedro Pidwel, não concorda que o adiamento da votação da proposta comprometa o objectivo de impedir a falência da Coelima.


Marcações: propostas, assembleia de credores, Coelima, Pedro Pidwel, José Oliveira, Francisco Vieira

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