Quatro seccionistas do Departamento de Futebol Juvenil do Vitória demitiram-se com críticas à «subserviência ao Benfica»

Para Rui Leite (escalão de juvenis A), Jorge Freitas (iniciados A), Ricardo Almeida (iniciados C) e Jorge Rodrigues (infantis A), a "gota de água" foi a participação do Vitória num recente torneio juvenil - 4.º Torneio da Taça da Cidade dos Campeões - que teve lugar no Centro de Estágio do Benfica, no Seixal. "O nosso director da formação, Manuel Fernandes, entendia que aquilo, no fundo, era um torneio de captações do Benfica, mas, este ano, sem informação atempada ao director responsável, Jorge Freitas, decidiu que o Vitória participaria, contrariando a política até então adoptada, o que entendemos ter sido uma subserviência ao Benfica", explicou à Agência Lusa, Rui Leite.

Na carta de renúncia aos cargos que apresentaram segunda-feira ao presidente da mesa da Assembleia-Geral (AG), João Cardoso, e ao presidente da Direcção, Emílio Macedo da Silva, os ex-seccionistas de escalão lembram que "a política da Direcção do departamento em relação a torneios, foi pautada desde o início pela recusa da grande maioria deles para esconder os atletas dos olheiros de outras equipas". 

Os demissionários apontam ainda o "progressivo esvaziamento de funções dos directores de escalão de formação, que se limitam a serem meros delegados aos jogos, fazendo com que o departamento seja gerido em exclusivo por uma só pessoa", assim como "a degradação das instalações por falta de cuidados de manutenção" do complexo desportivo do Vitória, nomeadamente do relvado sintético.

Esperando "que esta decisão sirva também para acordar e despertar consciências no seio do departamento de formação", os antigos seccionistas pretendem ainda "uma alteração profunda nos seus objetivos: que deixem de ser ganhar, ganhar, ganhar, para passar a ser principalmente formar, formar, formar" e conseguir "meter mais jogadores da formação na equipa sénior".