Rui Vitor Costa reconduzido na liderança da Muralha - Associação de Guimarães para a Defesa do Património
Fiel ao desígnio estatutário de “contribuir para a defesa, estudo e divulgação do património cultural e natural, sua conservação e recuperação, bem como a prática de quaisquer outras actividades de índole cultural, agindo com isenção e independência face a todos os órgãos de poder e ideologias", Rui Vitor Costa iniciou mais um mandato na liderança da Muralha - Associação de Guimarães para a Defesa do Património.
Num ano em que um dos impulsionadores da dinâmica cultural e interventiva da Instituição atingiu o centenário, a sua obra e dedicação ao conhecimento e defesa do património servirão de referência e inspiração, assumiu o dirigente da Muralha, ao aludir ao tributo que está a ser prestado a Fernando Conceição. Aliás, exemplo dessa expressão de reconhecimento será a organização de uma exposição dedicada às «Pontes de Guimarães» que permitirá revisitar uma outra mostra coordenada pelo ilustre historiador em 2010.
"O tema escolhido para a habitual exposição que integra o programa das Festas Gualterianas é também uma homenagem no centenário do Professor Fernando Conceição. Vamos revisitar com novas imagens as pontes de Guimarães, actualizando algumas informações e chamando a atenção de que o património de Guimarães é muito forte, está espalhado pelas diferentes freguesias. Essa é uma tentativa de trazer para a Cidade, para o coração da Cidade, os elementos patrimoniais existentes nas mais diversas localidades", perspectivou Rui Vitor Costa, ao indicar que a exposição ficará patente na Escola Secundária Francisco de Holanda, constituindo uma ligação "ao património que não está situado na Cidade que tem valor patrimonial e sentimental e se pode encontrar um pouco por todo o Concelho".
Nas assembleias gerais realizadas no passado dia 31 de Maio, os associados prestaram homenagem a dois vultos da cultura vimaranense "fundamentais no percurso daquela instituição". "O Dr. Fernando Conceição, um homem centenário que chegou a presidir ao Conselho Directivo da Muralha e foi presidente em várias assembleias gerais e acabou por ter uma relação intensa com a Muralha que continua activo", explicou o responsável, ao dar conta da edição do livro «Fernando Conceição e a Muralha», com um conjunto de textos produzidos pelo homenageado ao longo da história da associação.
Na mesma ocasião foi também homenageado António Emílio Ribeiro, "cuja história da Muralha se confunde com a sua presença". "O Dr. António Emílio sai agora do Conselho Fiscal, mas esteve presente quer como Presidente da Direcção, durante três mandatos, quer como Presidente da Assembleia Geral onde esteve três mandatos, como presidente do Conselho fiscal onde esteve nos últimos 12 anos, acaba por estar ligado a 2/3 da história da Muralha", justificou Rui Vitor Costa, ao sublinhar que "o futuro das associações só se consegue perspectivar se soubermos respeitar e elogiar o trabalho daquela que é a sua história".
Evocar o centenário de Fernando Távora
Para além destas acções, a Muralha está empenhada nas comemorações do centenário do nascimento do arquitecto Fernando Távora que se comemora este ano. "O arquitecto tem uma história fundamental para Guimarães, através do Plano Geral de Urbanização que coordenou e marcou a actual história de Guimarães e acabou por ser o primeiro presidente eleito da Muralha, em 1982", observou.
Em parceria com várias faculdades de arquitectura do País, a Câmara Municipal de Guimarães, a Assembleia de Guimarães, a Fundação Marques da Silva e outras entidades, a Muralha está envolvida na programação das acções "tendo em atenção de que a história do arquitecto em Guimarães é determinante para a forma como olhamos para o património".
Colecção de fotografia ao serviços das escolas
No sentido de estimular a divulgação e conhecimento das suas colecções de fotografia, a Muralha está a fomentar a ligação das escolas com esse acervo. "É um desígnio poder envolver os alunos no universo das fotografias existentes sobre Guimarães, quer antigas, quer recentes, fazendo com que os alunos pensem e compreendam a evolução de Guimarães, possibilitando que as várias disciplinas curriculares possam igualmente penetrar, entender e contribuir para que a colecção não fique só nos livros e nos arquivos e passe a fazer parte das conversas", indicou o Presidente da Muralha, ao realçar a importância de dinamizar a partilha desta colecção "para servir as escolas e a comunidade, para que o conhecimento da realidade seja mais franco e assim seja um contributo para a formação de cidadãos mais atentos à importância de preservar o património".
A actividade editorial da Muralha vai continuar, estando prestes a surgir duas novas publicações para juntar aos Cadernos de Fotografia: são relacionadas com duas exposições recentes, «Casas, Lugares e Tradições» (2019), que focou a Festa das Cruzes em Serzedelo, a Fábrica do Castanheiro e a Casa do Costeado, cujas fotografias foram da autoria de Miguel Oliveira e a «A Reconstrução», que tem a ver com a exposição que a Muralha deixou em espaço público por ocasião das Festas Gualterianas em 2022, retratando o feito épico vimaranense da reconstrução da tourada em 1947.
Foto: Facebook Muralha - Associação de Guimarães para a Defesa do Património
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