«Drama» de Victor Hugo Pontes na abertura da 9ª edição do GUIdance
A 9ª edição do GUIdance – Festival Internacional de Dança Contemporânea – abre, esta quinta-feira, com a estreia de "Drama", a mais recente criação do coreógrafo vimaranense Victor Hugo Pontes.
Depois de “Se Alguma Vez Precisares da Minha Vida, Vem e Toma-a”, a partir de A Gaivota de Anton Tchekóv (estreia absoluta no GUIdance de 2016), desta feita o ponto de partida é a peça seminal de Luigi Pirandello “Seis Personagens à Procura de Um Autor”. Esta nova coreografia do criador vimaranense chega às 21h30 ao palco do Grande Auditório do CCVF.
Victor Hugo Pontes é o coreógrafo em destaque nesta edição do festival, abrindo o evento com «Drama», em estreia absoluta, e apresentando a reposição de «Fuga Sem Fim», peça estreada neste mesmo palco corria o ano de 2011.
O festival promove duas estreias em Portugal de companhias estrangeiras, convidando a promissora companhia Wang Ramirez para apresentar Everyness e o incontornável Michael Clark que, com to a simple, rock ’n’ roll . . . song., encerrará esta edição.
O corredor das estreias desta edição continua a percorrer-se de mãos dadas com os Mão Morta – banda desafiada a desenvolver um projeto inédito juntamente com a coreógrafa Inês Jacques. A marca de origem portuguesa tem presença em peso e reforça-se com as criações de Jonas & Lander, Miguel Moreira (Útero), Sara Anjo, Maurícia | Neves, Ainhoa Vidal, Joana von Mayer Trindade & Hugo Calhim Cristovão. O GUIdance propõe, desta forma, um exercício transformador e vigoroso: a suprema energia do primeiro olhar sobre a criação, com o corpo no centro. Os 11 espetáculos do programa, incluindo 6 estreias absolutas e coproduções d’ A Oficina, repartem-se por vários espaços da cidade de Guimarães até 17 de fevereiro: Centro Cultural Vila Flor, Centro Internacional das Artes José de Guimarães e Fábrica ASA. É aqui que o esplendor de uma cidade de criação se afirma, no desafio de construir um programa inesperado e quase pleno de estreias.
O punk, o drama, a pop, o surrealismo, a beleza mas também o humanismo, a fraternidade e muitas outras relações de cumplicidade, urdidas através do tempo para esta edição, mais do que controladas ou estabelecidas erguem-se contra a previsibilidade e desafiam-nos a rejeitar a ideia de que a compreensão é um dado adquirido. O GUIdance 2019 é, por isso mesmo, um grande atlas dos sentidos que permite múltiplas possibilidades de relação e de significado. Ou seja, estórias à espera de serem vividas por cada um de nós. Deste eternamente jovem festival, emerge pois um desejo: que o mundo avance por novas convicções e que a arte mantenha a sua desobediência aos padrões. É (também) neste esplendor que um território de criação se edifica, no desafio de construir um programa inesperado e quase pleno de estreias.
Marcações: CCVF, GUIdance, Victor Hugo Pontes