O poder no feminino em Guimarães este fim-de-semana

Na próxima sexta-feira e sábado Guimarães recebe o «Women Power», um ciclo de três espectáculos dirigidos e interpretados por três mulheres.

São três visões no feminino, três perspectivas sobre quem somos e o que nos rodeia. As portuguesas Cláudia Dias e Raquel Castro sobem ao palco com «Vontade de ter vontade» e «Os dias são connosco», respectivamente. A última performance fica a cargo da americana Dani Brown com «How do you imagine the devil?». Espectáculos que exploram o complexo universo feminino.

Na sexta-feira, às 22h, o Pequeno Auditório do Centro Cultural Vila Flor recebe o espectáculo de Cláudia Dias que dirige, coreografa e interpreta «Vontade de ter vontade», uma peça que nasce do sentimento de confrontação geracional que Cláudia diz sentir em relação aos seus alunos. Um confronto que a obriga a uma reflexão sobre a sua geração e sobre a forma como a artista se relaciona com a antecedente e a precedente. Este movimento de ir para a frente, supostamente para o futuro e para trás, para o passado, implica a que se situe no presente. Num aqui e agora. E assim nasce a imagem galvanizadora desta nova criação, a de transformar o palco num território – Portugal.
 

No sábado, 27 de Setembro, também no Pequeno Auditório do CCVF, às 17:00, Raquel Castro apresenta «Os dias são connosco», uma reflexão sobre o quotidiano, a relação mãe-filha, a realização profissional, o dinheiro, a família, o amor, o envelhecimento. Quando a sua filha nasceu, Raquel Castro iniciou um diário em vídeo de 365 dias para poder mostrar-lhe, mais tarde, o seu primeiro ano de vida. Inspirada por esse registo privado e documental, decidiu depois criar um espectáculo, uma carta-vídeo de uma mãe para uma filha que é também um retrato de uma pessoa e do mundo que a rodeia, feito ao vivo para ser visto no futuro.

Ainda no sábado, mas à noite, às 22:00, é a vez da Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade receber o espectáculo de Dani Brown, «How do you imagine the devil?», uma divertida peça que brinca com as identidades, os limites e o proibido. Este espectáculo foi pensado para ser uma obra em constante evolução, numa peça em que os universos do real e da ficção se fundem e se vão tocando na tangibilidade um do outro. Este é o primeiro solo da artista que já carrega em si a promessa de um futuro de sucesso no munda da arte. Dani Brown convida o diabo a participar num jogo em que se brinca com a consistência do caos e de uma transformação em curso que testa os limites da relação que vai estabelecendo com o público ao longo da peça. O desejo como uma tentação que ultrapassa os limites do género.


Marcações: Cultura

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