"Momento decisivo" da Europa preencheu debate na oitava edição da Vitrus Talks

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Os desafios que a Europa enfrenta "num momento decisivo, quase existencial" preencheram o debate entre os participantes, na oitava edição da Vitrus Talks, realizada esta sexta-feira, dedicada ao tema "Europa e Cidadania".

Na iniciativa que decorreu no Paço dos Duques de Bragança, o ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional Miguel Poiares Maduro referiu-se à necessidade da Europa reinventar as fontes da sua legitimidade, reflectindo sobre os factores que motivaram a adesão popular ao processo de integração europeia. "A Europa foi uma garantia de paz no pós II Guerra Mundial e uma garantia de democracia", apontou o professor universitário, ao destacar também "a associação forte entre o processo de integração europeia, o crescimento e a coesão na Europa através dos fundos europeus". "Esses duas formas tradicionais de garantir uma adesão popular à União Europeia estão parcialmente em crise", observou.

Numa intervenção em que as eleições marcadas para o próximo dia 9 de junho devem servir para colocar na agenda temas fundamentais para o futuro do espaço europeu, Miguel Poiares Maduro assumiu que gostaria de ver discutidas as grandes prioridades e as consequências para o futuro da Europa: "a política de defesa, os desafios climáticos e os custos económicos que isso tem, a competitividade da economia ao nível da transição digital e as consequências no emprego e o alargamento".

O deputado do PS, eleito pelo Círculo Eleitoral de Braga, José Luís Carneiro, focou os grandes desafios que o espaço europeu enfrenta, reconhecendo que a pandemia da Covid-19 serviu para a Europa apostar na reindustrialização em sectores vitais, "garantindo investimento na inteligência artificial, no agroalimentar e na saúde, num modelo que tem como pilares a competitividade, a sustentabilidade ambiental e inclusivo, "num processo de ajustamento económico em que ninguém pode ficar para trás".

Sem ignorar o impacto causado pela guerra na Ucrânia, José Luís Carneiro apontou a importância dos estados membros estarem alinhados numa estratégia comum, estimulando os cidadãos a participar nas instituições europeias.

Em representação do Município, o vereador Paulo Lopes Silva salientou que "há um consenso generalizado da importância que o projecto europeu tem para os portugueses". É essencialmente um projecto de paz - agora ameaçado pela guerra na Ucrânia - e um projecto de desenvolvimento para os estados membros". "Esse desenvolvimento deu origem a bons exemplos", disse, sinalizando "a importância dos fundos comunitários para o desenvolvimento no concelho de Guimarães, em que os maiores investimentos feitos nos últimos anos resultaram directamente de fundos comunitários e da possibilidade que os fundos de coesão contribuírem para a modernização. "Guimarães tem tido a capacidade de afirmação no contexto do projecto europeu, Guimarães foi um concelho investiu na área das infraestruturas e da cultura; em 2012 foi possível catapultar esse investimento para uma alteração de paradigma em matéria de políticas culturais para a transformação de um território que era consumidor de cultura para um território produtor de cultura, que desenvolve os projectos culturais e artísticos a partir deste território", sustentou, ao lembrar que o Teatro Jordão e Garagem Avenida foi o projecto que captou o maior investimento de fundos europeus do Norte do País no último quadro comunitário.

O Presidente da Vitrus Ambiente justificou a escolha deste tema com a missão e os valores associados à génese da empresa intermunicipal, partilhando preocupações quanto à gestão dos recursos. "Os recursos do planeta disponíveis para este ano terminariam no passado dia 3 de maio se as pessoas de todo o mundo consumissem como as da União Europeia", advertiu Sérgio Castro Rocha, ao sustentar que existe uma responsabilidade em colocar na agenda mediática as questões ambientais e assim "contribuir para mudar mentalidades". "Esse papel depende de cada um de nós, no dia a dia e no nosso comportamento", frisou, explicando a abertura das sessões à participação das escolas, no caso com a presença de alunos da Escola Secundária Francisco de Holanda e Escola Profissional Profitecla de Guimarães.

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