Doentes faltam a 1 200 consultas por mês nas unidades de saúde familiar de Guimarães

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Todos os meses, nas unidades de saúde familiar de Guimarães e Caldas das Taipas, há cerca de 1 200 consultas que não são dadas porque os utentes não compareceram, apesar de terem agendado previamente o atendimento junto dos serviços.

"O número poderá ser superior dependendo dos meses", revelou o vogal do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Ave, ao dar conta das faltas nas consultas de medicina geral e familiar.

No caso das consultas de especialidade hospitalar, no primeiro semestre deste ano, registaram-se 2 mil 800 faltas não justificadas no Hospital Senhora da Oliveira. "Obviamente, a não comparência dos utentes dificulta a organização da agenda dos profissionais de saúde, impedindo que outras pessoas possam beneficiar mais atempadamente do atendimento. Porém, a nossa preocupação prende-se com os doentes, porque ao não comparecerem estão a privar-se de um serviço que precisam, muitas vezes, com o prejuízo de agravar-se o seu estado de saúde", alertou Manuel António Marinho, insistindo para a importância de avisar os serviços quando não há possibilidade de comparecer a uma consulta previamente marcada.

"Em média, por mês, cinco por cento das consultas não têm a comparência dos doentes. Numa unidade de saúde de média dimensão, tal corresponde a cerca de 100 faltas por mês. Nas maiores, a proporção é superior. Ou seja, na área de Guimarães e Caldas das Taipas, temos 12 unidades", apontou, ao frisar que "esses espaços temporais poderiam permitir que outros utentes utilizassem as consultas e ficam vazios".

"Essa realidade dificulta a capacidade de programação e diminui o acesso a outras pessoas que poderiam assim ter consulta. É um apelo que fazemos: quem não tiver a possibilidade por qualquer imprevisto de comparecer à consulta, deve informar e proceder à remarcação, permitindo abrir a vaga para outro cidadão. A ocupação de horários de atendimento sem a compareça o utente causa muita entropia no sistema, dificulta a organização da agenda dos médicos", sustentou, reconhecendo que "é uma tendência transversal".

No conjunto da Unidade Local de Saúde do Alto Ave, de acordo com o responsável, "há zonas em que a situação ainda é mais grave, até com a não ocupação das consultas abertas".
"Além das consultas programadas, cada médico tem um número de consultas para ocupar no dia, destinadas a pessoas com necessidades agudas e que ficam por ocupar", observou. "Por vezes, fala-se de que não há acesso e depois vamos ver e há unidades em que os utentes não comparecem às consultas programadas e situações em que marcam no próprio dia e nem a essas comparecem", indicou.

150 utentes por mês
referenciados da urgência
para o médico de família

Com a implementação do projecto SNS Mais Proximidade, cerca de 150 pessoas por mês têm sido referenciadas do serviço de urgência do Hospital para o atendimento nos serviços de cuidados de saúde primários. "Este projecto assegura a todos os utentes que na triagem da urgência sejam validados com a pulseira verde ou azul tenham uma consulta marcada na sua unidade de saúde; podem até sair daqui com uma consulta já agendada no médico de família para o dia", explicou Manuel António Marinho, enaltecendo também a capacidade de resposta dos serviços de atendimento, com consulta aberta, que só funcionam aos sábados, domingos e feriados em toda a área geográfica da Unidade Local de saúde do Alto Ave. "É uma rede que permite reduzir a afluência à urgência hospitalar. Desde o início do ano até agora, já efectuamos mais de 15 mil contactos nesses serviços", frisou.

Marcações: Unidade Local de Saúde do Alto Ave

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