Emigrantes enchem feira de Guimarães e até encontramos ouvintes da Rádio Santiago
A feira semanal e o mercado de Guimarães encheram-se de emigrantes esta sexta-feira, aproveitando as férias para 'matarem saudades' da terra natal e para comprarem diversos produtos junto dos vendedores locais.
Quem foi à feira não podia ignorar o que ouvia. Esta manhã, o francês parecia ser a língua dominante na conversação entre os clientes um pouco por todo o recinto. As famílias circulavam tranquilamente, em modo de férias, apreciando e adquirindo produtos variados, ajudando a sua presença a incrementar os negócios.
"Vir à feira faz parte das nossas férias", afirmou Matias Silva que ao ser abordado pela equipa de reportagem fez questão de dizer que acompanha diariamente as nossas emissões on-line quando está em Paris, quer seja através do computador, quer seja via telemóvel. "Somos de cá é a maneira de podermos saber o que acontece e ouvir as pessoas da nossa terra. Sou de Guimarães e é normal que lá fora esteja atento ao que acontece por aqui", explicou, durante a visita à feira, acompanhado pela esposa Conceição Ribeiro e pela amiga de Ourém, Maria José Correia.
À pergunta: o que veio fazer à feira? O vimaranense, natural de São Torcato, mas que "investiu" na aquisição de uma residência em Arões, Fafe, respondeu: "A minha esposa gosta de vir à feira".
Conceição Ribeiro acrescentou: "Estamos de férias e compramos umas coisinhas até para levar para Paris, levar recordações de Portugal faz parte, todos os anos". "Não se pode vir de férias sem vir à nossa feira, não há hipótese! Seja vir a esta feira, seja ir à praça para comprar até um canarinho para levar, já aconteceu", continuou Matias Silva.
Em França, o casal reside nos arredores de Paris. Esperam regressar quando atingirem a idade da reforma. "Já só faltam quatro anos. É aqui que penso passar uns dias tranquilos e porreiros, os meus filhos ficarão por lá e depois a gente faz meio por meio", perspectivou, fazendo questão de justificar a presença da amiga de Ourém. "Ela gosta de Guimarães e veio passar o fim-de-semana connosco", frisou.
Para os comerciantes, o mês de agosto é sempre uma oportunidade para aumentar a facturação. António Marques vende utilidades para o lar e "arranha um pouco o francês", servindo-se desses conhecimentos para se entender com os clientes. "Procuramos responder à procura, há mais dinheiro a circular e sempre se factura mais", comentou, garantindo que o aumento das vendas serve de alívio, mas que nos outros meses do ano também é preciso trabalhar, num esforço contínuo para suportar todas as despesas.
Sem dúvida, a enchente de emigrantes alterou o movimento e sentada num dos bancos do recinto, a vimaranense Maria José preferiu, por momentos, apreciar o bulício, evitando a confusão.
Acompanhada pela família, Maria José deixa a observação: "os comerciantes aproveitam-se da presença dos emigrantes para esticar os preços, mas é normal, todos temos de ganhar a vida".
Marcações: feira semanal