Cerimónias fúnebres estão a mudar: "a cremação é cada vez mais uma opção"
De todas as idades e condições sociais, quer sejam figuras públicas ou ilustres cidadãos, a cremação tem sido a opção para o último adeus, substituindo o tradicional enterro em que o corpo protegido por um caixão desce às entranhas da terra num cemitério ou é colocado num jazigo familiar. A cremação é uma tendência crescente no nosso País e Guimarães, paulatinamente, tem acompanhado esta evolução, num processo que agora está mais facilitado.
O crematório existente no cemitério municipal de Monchique entrou em funcionamento a 15 de Janeiro deste ano, estando ainda a "fazer o seu caminho de crescimento e aceitação", observa Paulo Moniz Carreira, director geral de negócio da Servilusa, empresa responsável pela operação, no seguimento do concurso público lançado pela Câmara Municipal para a concessão da gestão do espaço, durante 25 anos, num investimento de 800 mil euros.
Sem adiantar o número de cremações já realizadas, justificando que só no final do ano será feita essa divulgação, o responsável destacou que "a cremação é cada vez mais uma opção, abrange cerca de 24 por cento dos funerais no nosso País", atingindo em algumas cidades "os 50 e 60 por cento".
"Guimarães está a fazer o seu caminho. Nesta fase com a tomada de conhecimento de que o crematório existe, estando acessível a todas as pessoas e a todas as agências funerárias. É um investimento da Servilusa, a partir de uma iniciativa da Câmara Municipal que lançou um concurso público. Um dos factores determinantes é que as pessoas tenham conhecimento desta opção", salientou Paulo Moniz Carreira, indicando que "as famílias têm de fazer as suas opções em consciência".
"O crematório de Guimarães encontra-se dotado de um equipamento moderno e concebido para operar cumprindo os limites mais rigorosos de emissões, assegurado através de monotorização electrónica permanente e que pretende proporcionar à população vimaranense as melhores condições para poderem optar pela alternativa da cremação", assinalou o responsável da Servilusa, acrescentando: "é um projecto que apostamos com muito interesse, porque Guimarães é uma cidade relevante e importante para o nosso desenvolvimento, numa aposta estratégica no Norte do País".
"Tem sido bastante positiva a adesão ao investimento realizado. O crematório é um equipamento único, inserido num cemitério exemplar e que já foi premiado, com o reconhecimento do 1º Prémio Nacional de Arquitectura Paisagística. Temos recebido muito boas opiniões do espaço", continuou, ao esclarecer que esta alternativa "honra com toda a dignidade os entes queridos".
Referindo que, actualmente, "a cremação permite a livre circulação das cinzas", podendo ser colocadas em urnas próprias para ficarem em casa, ou serem colocadas no cemitério, num jazigo particular, ou num local reservado existente no crematório de Guimarães, Paulo Moniz Carreira considera que é um processo tão natural como as outras soluções. "A escolha é sempre da família", avisou, indicando que, do ponto de vista económico, "o funeral, optando-se pela cremação, fica mais barato no seu conjunto do que um funeral dito tradicional de inumação, porque não obriga à manutenção da sepultura, à colocação de uma lápide, à remoção dos restos mortais para uma posterior exumação". "Em termos definitivos, a cremação torna-se uma solução mais económica para as famílias", frisou, ao dar conta que assiste-se "a uma clara aceitação da cremação". "É um processo que vem resolver algumas restrições e constrangimentos na tomada de decisão quanto ao funeral. Nas inumações tradicionais, há sempre um problema que tem a ver com a disponibilidade de espaço nos cemitérios e também com a disponibilidade das famílias para fazerem a manutenção das sepulturas e a natural visitação aos espaços. É um processo facilitador, claramente aceite pela própria religião católica, sendo uma solução que assegura toda a dignidade e humanismo necessários nesta fase final de vida".
A decisão cabe à família, concluiu Paulo Moniz Carreira, ao insistir que a cremação permite colocar as cinzas "onde se entender, devendo-se respeitar a propriedade do espaço onde serão colocadas".
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