«Seca» e o «aumento do preço das rações» preocupam criadores que não deixam morrer o concurso pecuário das Gualterianas
Mais de uma centena de animais das raças «minhota» e «barrosã» participaram no concurso pecuário, realizado, este sábado, no Campo de S. Mamede, no âmbito do programa das Festas da Cidade e Gualterianas.
Organizados em diferentes categorias, consoante a idade, género e aptidão, os animais desfilaram no campo de S. Mamede, sendo posteriormente avaliados pelo júri, sendo o evento organizado pela Cooperativa Agrícola de Guimarães.
No final, os seus proprietários receberam os prémios correspondentes à classificação conseguida, cumprindo-se o legado histórico e a homenagem à tradição ancestral desta iniciativa que está associada à origem das festas da Cidade de Guimarães.
Após dois anos de interregno devido à pandemia da Covid-19, o concurso serviu de momento de encontro entre os criadores, versando as conversas sobre os problemas que afectam o sector, como as repercussões da crise sanitária na dinâmica de muitas explorações, assim como o impacto do aumento dos preços das rações e dos fenos, a seca e até da guerra na Ucrânia. "Estão a mandar abater animais que andavam nestes concursos, porque não têm forma de os manter", afirmou um dos nossos interlocutores, preferindo o anonimato, fazendo um apelo à importância da união para dar continuidade "à indústria". "É preciso criar incentivos para a juventude interessar-se por este sector", frisou.
A Feira de Gado de S. Gualter assume-se como uma das feiras mais relevantes do Norte do País. Este ano, participaram produtores oriundos de diferentes freguesias de Guimarães, Fafe, Santo Tirso, Penafiel, Montalegre, Arcos de Valdevez, Vila Verde, Valença e Vila Nova de Famalicão.
Marcações: Concurso pecuário, Festas da Cidade e Gualterianas