Enfermeiros unidos para «ganhar força para novos desafios» em Guimarães
O reforço da articulação entre os cuidados de saúde primários e hospitalares foi apontado como um desafio para a melhoria dos serviços prestados à população nas jornadas que assinalam esta quinta-feira o Dia Internacional do Enfermeiro.
"Enfermeiros - Uma voz para liderar" é o tema da iniciativa que decorre no renovado Teatro Jordão, sendo organizada pelo Hospital da Senhora da Oliveira de Guimarães e pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Ave.
Dois anos após a covid-19 ter colocado os profissionais na linha da frente do combate à Covid-19, a Enfermeira-Chefe do HSOG destacou a "essência do trabalho do enfermeiro" ao colocar os seus conhecimentos e competências ao serviço do cuidar dos outros. Ana Luísa Bastos sublinhou que a pandemia não acabou e que agora surge ainda ensombrada pelo fenómeno da guerra que "vai trazer muitos constrangimentos na prestação de cuidados". "Os enfermeiros como profissionais fundamentais em qualquer contexto celebram este dia também para ganhar força para os novos desafios que se avizinham", comentou, ao justificar que o evento contou com a presença de cerca de três centenas de participantes ligados aos cuidados de saúde primários e hospitalares. "Só faz sentido um trabalho integrado, quando há parceria e uma continuidade dos cuidados, sempre com o doente no centro da nossa atenção. Se o doente recorre ao Hospital indevidamente temos de perceber o porquê e só com esta parceria com os cuidados de saúde primários conseguimos cuidar dos doentes na sua plenitude", acrescentou.
Na sessão de abertura, a Vice-Presidente do Município agradeceu o trabalho de proximidade dos enfermeiros para a manutenção "do território saudável", expressando a "gratidão" do Município, ao lembrar o seu trabalho durante os dois anos da pandemia.
"Foram tempos difíceis para todos, mas sobretudo para quem esteve na linha da frente como os enfermeiros. Sei bem qual foi a exigência do seu trabalho, a disponibilidade que demonstraram e quão importante foi a sua acção para resolver tantas e tantas questões, a sensibilidade que tiveram para as questões sociais, para a ligação à educação e às escolas", frisou a responsável, ao enaltecer a importância da articulação "entre os vários serviços". "Não é possível estarmos de costas voltadas, temos mesmo de trabalhar em conjunto. O Município ainda não tem competências na área da saúde, mas tem uma competência essencial que é ter um território saudável, que consiga responder aos seus cidadãos", salientou Adelina Paula Pinto, dando conta que a Covid-19 "trouxe muitas coisas más, mas trouxe aprendizagens que não podemos deixar morrer".
Durante a cerimónia, o representante da Ordem dos Enfermeiros realçou a conjugação de esforços entre as diferentes equipas que actuam em função de diferentes modelos organizativos. "Os enfermeiros só conseguem prestar cuidados aos cidadãos se derem continuidade aos cuidados independentemente do modelo e numa articulação com o social, com o privado. Todos nós somos poucos para as necessidades de saúde que temos em Portugal", alertou Leonel Fernandes, elogiando o tema escolhido para as jornadas. "No centro dos cuidados de saúde, queiram ou não queiram, estão os enfermeiros. Se tirarmos os enfermeiros do sistema, ele cai. Muitas das vezes, não valorizamos a nossa actividade", advertiu, ao dar conta que os enfermeiros "estão sempre onde está o perigo".
A cerimónia contou ainda com intervenções da representante do ACES do Alto Ave, a Enfermeira Ana Isabel Magalhães, e de João Miranda, Conselho de Administração do Hospital Senhora da Oliveira.
No dia 12 de Maio, assinala-se o Dia Internacional do Enfermeiro, celebrando-se o aniversário de Florence Nightingale (1820-1910), considerada a fundadora da enfermagem moderna, ao criar a primeira escola de enfermagem da Inglaterra.
Marcações: Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Ave, Hospial Senhora da Oliveira - Guimarães, Jornadas de Enfermagem