Primeiro dia de greve com concentração em frente à Santa Casa da Misericórdia de Guimarães
Cerca de três dezenas de pessoas participaram esta manhã, em Guimarães na concentração convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços, na sequência do aviso de greve de três dias para os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães.
Célia Lopes, dirigente sindical, justificou a acção de luta, explicando que há cerca de dois anos que se arrasta a tentativa de negociação do acordo de empresa. "Depois da receptividade inicial para a valorização dos trabalhadores e do trabalho, há um ano remeteram a negociação para a União das Misericórdias Portuguesas, que não é associação patronal e por não o ser não tem o poder negocial de instrumentos de regulação colectiva de trabalho", apontou a responsável, indicando que a acção de luta que tem por objectivo protestar contra as condições laborais que se "têm vindo a agravar desde o início da pandemia".
"No último ano, todos olhamos para estes trabalhadores como pessoas que desempenham funções fundamentais, porque desde sempre estão na linha da frente num trabalho muito silencioso", disse, assinalando: "os recebem o salário mínimo nacional, não têm qualquer valorização profissional, exercem funções em horários desregulados e a Santa Casa nem sequer a qualificação e a especialização reconhece, porque coloca os trabalhadores com a categoria de trabalhadores de limpeza a cuidar dos utentes. Cuidar dos utentes que têm de ter a categoria de ajudante de lar".
A dirigente sindical assinalou que 24 funcionários foram notificados de processos disciplinares. "Os trabalhadores não sabem sequer do que são acusados", afirmou Célia Lopes, precisando que alguns até "foram suspensos". "Estamos em plena pandemia, os trabalhadores já não são suficientes e decidiram colocar alguns em casa a receber o salário", continuou, indicando que esses processos surgiram depois dos funcionários terem manifestado junto das chefias a sua insatisfação com as condições laborais.
A greve dos trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães prolonga-se até quarta-feira, mas as acções do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços prevêem, amanhã, no Largo do Toural, uma vigília às 17h30.
Na quarta-feira, às 10h00, há manifestação e desfile pelas ruas da Cidade numa acção que contará com a presença da Secretária Geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.
Marcações: greve, Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços, melhores condições laborais