Três autos de contra-ordenação emitidos a pedreira de Gonça por descarga de efluentes que mancham ribeira em Souto Santa Maria

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Têm sido recorrentes neste inverno as descargas de efluentes provenientes de actividades relacionadas com a extração de pedra na Ribeira do Ribeiral, um afluente do rio Ave, que nasce em Gonça e atravessa Souto Santa Maria e Souto São Salvador .

Na semana passada, durante quatro dias, a água da ribeira correu manchada de branco, situação que motivou denúncias às autoridades pela União de Freguesias de Souto São Salvador, Souto Santa Maria e Gondomar.
Em declarações ao Grupo Santiago, o Autarca Fernando Cardoso salientou que a Junta tem vindo a chamar a atenção das autoridades para o problema que afecta a linha de água existente na encosta de Souto Santa Maria. A água corre branca, com um aspecto leitoso, causando um forte contraste visual na paisagem.

"É um problema recorrente. No último mês de 2020 e no princípio deste ano, as autoridades têm feito alguma coisa para que isto deixe de acontecer", comentou, acrescentando que a União de Freguesias tem vindo a trabalhar na valorização dos elementos patrimoniais existentes ao longo da ribeira "para termos um ambiente melhor".

Segundo o Autarca, a linha de água atravessa toda a freguesia de Souto Santa Maria e uma parte de Souto São Salvador, indo desaguar no rio Ave. "A proveniência das escorrências de extracção de pedra, pelo que consigo perceber será de Gonça, mas cabe às autoridades averiguar se é de lá ou não, porque não sou fiscal e não sou eu que vou pela ribeira acima ver a origem. O que queremos é que isto deixe de acontecer", frisou.

"Andamos preocupados porque a linha de água tem de ser preservada. Neste caso, ela atravessa uma zona de lazer, onde existem diversos moinhos e caminhos que podem ser percorridos ao longo da encosta. Exigiu um importante investimento e agora aquele espaço está limpo e requalificado, com um moinho a funcionar e que serve para explicar aos mais novos como era feito o pão antigamente, para que servia a força da água e como vivia a população! Mas perante uma situação destas... Desmoraliza-nos totalmente!", sustenta Fernando Cardoso, lamentando as descargas que mancham a linha de água, contrariando o investimento que tem sido feito na valorização dos recursos existentes.

De acordo com informação obtida pelo Grupo Santiago, o Núcleo de Protecção da Natureza da GNR de Guimarães, em conjugação com a Agência Portuguesa do Ambiente, desenvolveu diligências no sentido de apurar a origem das descargas do pó de pedra. Já foram emitidos três autos de contra-ordenação à empresa Britaminho, de Gonça, dois em Dezembro e um este mês. As autoridades conseguiram apurar que as escorrências serão provenientes dos depósitos de decantação de água da empresa que se dedica à extracção de granito.

O Grupo Santiago procurou contactar um responsável da empresa sobre este assunto, tendo dirigido até um e-mail à empresa, mas até ao momento, apesar dos nossos esforços não foi possível obter qualquer esclarecimento.

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