Prioridade às escolas nos testes rápidos para diagnóstico da Covid-19
A Vice-Presidente da Câmara de Guimarães destacou a importância da realização de testes rápidos de antigénio para diagnóstico do novo coronavírus, sendo dada prioridade à comunidade escolar.
A aplicação deste recurso seguirá as orientações das Equipas Multidisciplinares de Saúde/Covid-19, prevendo a Autarquia vimaranense a realização de 200 testes já na próxima semana, no seguimento da parceria estabelecida entre o Município e a Cruz Vermelha Portuguesa.
Em declarações ao Grupo Santiago, Adelina Paula Pinto salientou a necessidade de intensificar o rastreamento da população aplicando testes "para conter a propagação da pandemia", assumindo que a "prioridade será dirigida ao público escolar". "Temos os profissionais e utentes dos lares que estão a ser testados pela Universidade do Minho, decorrendo do protocolo com o Instituto de Ciências Básicas da Saúde. Estamos quase no final do segundo rastreio. Há lares em que está já a ser implementado o terceiro rastreio", observou.
"Continuamos a ter números elevados de pessoas que testaram positivo e que estão ligadas à comunidade escolar, sendo a nossa maior preocupação o ensino pré-escolar e 1º ciclo porque as crianças andam sem máscara e são mais facilmente infectadas. Vamos começar o nosso agendamento dos testes rápidos dirigido a essas escolas, para ver se controlamos e se de alguma forma conseguimos perceber os contornos da situação. Mas, queremos chegar aos restantes níveis de ensino", admitiu.
"Os directores dizem-me que são 'directores covid' e eu sou uma 'vereadora covid'"
Questionada sobre o impacto que a Covid-19 está a ter no funcionamento das escolas, a responsável comentou: "As escolas estão a ser verdadeiramente heroínas. Neste momento, os directores dizem-me que são 'directores covid' e eu sou uma 'vereadora covid', porque a restante actividade das escolas passou para segundo plano e estamos mais concentrados na resolução da pandemia e da crise sanitária. Temos situações em todos os agrupamentos, umas mais graves e outras menos graves por força do número de alunos".
A responsável alertou que as orientações da Direcção-Geral de Saúde sofreram alterações relativamente ao impacto dos casos positivos detectados no público escolar. "O protocolo anterior indicava que após um aluno testar positivo a turma iria em bloco para casa, o protocolo actual manda para casa apenas os contactos de risco. Isto traz benefícios porque ficam menos crianças em quarentena, mas traz outros problemas: o receio que os pais têm dos seus educandos poderem estar infectados e não estarem a ser devidamente sinalizados como tal. É muito mais difícil explicar! A organização mudou, porque anteriormente toda a turma ia para casa e era aplicado o ensino à distância para todos, mas agora há uma disparidade porque podemos ter três ou quatro crianças de uma turma que estão em casa em isolamento e podemos ter as outras 20 na sala de aula. O mesmo acontece com os professores, porque uns estão em casa e outros na escola. Isto obriga a um reforço do trabalho organizativo das equipas que estão na escola para verificar se quer as crianças que estão na escola, quer as crianças que estão em casa em isolamento estão a ter o direito à aprendizagem e ao ensino que a escola tem a obrigação de dar", explicou Adelina Paula Pinto.
"As equipas multidisciplinares de suporte às escolas estão a tentar dar algum apoio na facilitação de alguns meios, na verificação e na ajuda que pode ser feita para que tudo isto funcione e alivie a carga que está sobre aqueles que diariamente estão nos estabelecimentos de ensino", acrescentou, apontando as dificuldades que da Saúde Pública para "responder em tempo útil ao rastreamento e sinalização das cadeias de contágio".
"As escolas têm sido exemplares! Há muitos casos em várias escolas e torna-se impossível para a Delegada de Saúde acompanhar logo todos"
"As escolas têm sido exemplares! Há muitos casos em várias escolas e torna-se impossível para a Delegada de Saúde acompanhar logo todos... As escolas estão já muito treinadas a fazer este trabalho de identificação das crianças com risco de infecção, mandam-as para casa e estabelecem os contactos prévios com os encarregados de educação. É uma forma de aliviarmos a Saúde Pública, deixando a seu cargo a orientação para as prescrições, para realização de testes e verificação dos períodos de isolamento para os infectados", esclareceu.
Referindo-se aos lares do Concelho, a Vice-Presidente do Município assume: "a partir do momento em que estamos a fazer testes, na maioria dos lares vamos encontrar casos positivos de covid-19, quer ao nível dos utentes, quer ao nível dos funcionários". "Não temos nenhuma situação crítica, sublinho, neste momento... Porque não sei o que irá acontecer daqui a pouco e o Município está a acompanhar e a responder às situações em parceria com a equipa da Segurança Social", precisou, sem indicar quais as instituições do Concelho que exigem este tipo de intervenção.
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