Investigadores da UMinho premiados por criarem sistema que identifica instrumentos cirúrgicos deixados nos pacientes
É a primeira vez que o prémio criado há três décadas distingue portugueses e vai ser atribuído no Congresso Anual da HFES, que decorre de 5 a 9 de Outubro a partir de Chicago, nos EUA.
O júri do galardão juntou 50 figuras de universidades de topo e instituições como Google, NASA e General Motors.
Todos os anos é deixado material cirúrgico no corpo de pacientes, devido a negligência e ao stress na mesa de operações. A equipa da UMinho – Álvaro Sampaio, António Pontes, Paulo Simões e Pedro Arezes – propõe um sistema RFID (identificador por rádio frequência) incorporado nos instrumentos cirúrgicos, de forma a que estes sejam logo dectetados e não fiquem esquecidos no corpo dos doentes. Em particular, o estudo analisou e mapeou áreas de contacto entre as mãos dos cirurgiões e sete tesouras cirúrgicas. A ideia foi assegurar, através da avaliação dos próprios profissionais, que a posição do RFID não perturba na manipulação dos instrumentos.
“Cremos que este é um importante contributo para diminuir este tipo de ocorrência e assim aumentar de forma manifesta a segurança dos pacientes”, diz Álvaro Sampaio. O trabalho multidisciplinar inovou nos padrões das áreas de contato mão-produto, isto é, no modo como o utilizador interage manualmente com um artefacto.
“Esta metodologia pode ser aplicada na concepção e desenvolvimento de outros produtos, em especial para interações similares, pois escasseiam técnicas padrão para caracterizar e avaliar áreas de contacto entre a mão e os produtos”, nota o investigador.
Marcações: UMinho, cientistas, Sociedade Americana de Ergonomia e Factores Humanos, Escolas de Engenharia e de Arquitectura