ReFood pede ajuda à comunidade vimaranense para garantir refeições aos mais carenciados
O Núcleo de Guimarães da Refood lança um apelo à comunidade vimaranense para conseguir continuar a assegurar distribuição de alimentação junto da população mais carenciada do Concelho.
Os pedidos de ajuda aumentaram desde o passado mês de Março, quando começou a crise sanitária. Inicialmente, não faltaram apoios para garantir a sobrevivência do projecto que se destina a fazer o aproveitamento dos excedentes alimentares a favor dos mais carenciados, mas essa realidade sofreu alterações e os responsáveis do Núcleo de Guimarães estão preocupados com o futuro.
"Faltam alimentos para atender aos pedidos de ajuda que crescem. Antes do Estado de Emergência estávamos a apoiar 39 famílias, num total de 106 pessoas. Em Julho, chegamos a 63 famílias e 191 pessoas", justificou Manuela Mendonça, ao dar conta que "o grande problema" que o movimento enfrenta decorre da necessidade de angariar mais alimentos para os cabazes. "Tivemos bastantes donativos durante a pandemia, mas esses contributos já foram todos gastos. Estamos a atravessar uma fase complicada porque estamos a ficar sem alimentos para podermos levar as refeições a 170 pessoas que contam com a nossa ajuda", disse, ao apelar a ajuda da comunidade.
Criado com a finalidade de aproveitar os excedentes alimentares das mais variadas instituições, o Núcleo de Guimarães da Refood contava com o importante apoio do dinâmico sector da restauração da região. Porém, observa Manuela Mendonça, "já não existem tantas fontes como antigamente". "Os excedentes dos restaurantes que colaboram com o nosso projecto são menores e depois há uma nova e exigente logística para cumprir porque estamos a viver numa pandemia. Não podemos utilizar as mesmas caixas de antigamente. Temos de usar caixas descartáveis. Estamos a fazer apelos para que nos ofereçam caixas descartáveis, a particulares, a instituições, às empresas que as produzem, para que nos possam ajudar a obter essas caixas descartáveis", continuou, ao destacar também a necessidade do movimento contar com mais voluntários disponíveis para o projecto.
"Devido à pandemia tivemos de resguardar as pessoas com idades avançadas ou com patologias de risco, tentamos fazer equipas fixas para podermos entregar os cabazes. Neste momento, como vamos ter de alargar os horários e fazer mais recolhas de comida pronta, mas para isso também precisamos das caixas descartáveis, precisamos de mais voluntários para substituírem aqueles que não podem estar no terreno", insistiu Manuela Mendonça, ao indicar que esses voluntários terão de ter disponibilidade "para fazerem recolhas de manhã e à noite ou para fazerem entregas ao fim do dia".
"É um apelo a toda a comunidade vimaranense para nos ajudar a continuar abertos e a ajudar as pessoas que precisam de nós", alerta, reconhecendo que a actividade do Núcleo corre o risco de encerrar. "Não queremos que isso aconteça, porque sempre funcionamos... Durante o confinamento conseguimos ajudar as pessoas e até duplicamos o número de pessoas que ajudamos. Seria morrer na praia ter de encerrar por falta de condições para trabalhar. Não queremos baixar os braços e sabemos que a comunidade vimaranense não vai deixar que isso aconteça. Toda a gente vai unir-se e todos podem ajudar, se não for com alimentos, pode ser com caixas descartáveis ou com duas horas por dia dedicadas ao projecto, com contactos", apelou, realçando que os donativos de alimentos poderão ser entregues na central da Refood em Guimarães, instalada na Junta de Freguesia de Azurém.
Quem desejar prestar serviço de voluntariado ou obter outro tipo de informações, poderá contactar os responsáveis através da página do Facebook da Instituição.
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