Trabalhadores da Somelos em greve devido a atrasos no pagamento dos salários
Há trabalhadores da Somelos em greve, encontrando-se concentrados esta quinta-feira na entrada das instalações da empresa têxtil, em Ronfe.
A paralisação começou à meia-noite afectando o funcionamento da fiação durante a madrugada. Há funcionários do segundo turno igualmente concentrados junto da entrada principal daquele grupo têxtil.
Em declarações ao Grupo Santiago, a dirigente do Sindicato do Vestuário, Confecção e Têxtil da Região Norte adiantou que a greve é motivada pelos "sucessivos atrasos e pagamentos faseados dos salários". Elisabete Gonçalves explicou que a situação começou a verificar-se no final de 2018, "alongou-se durante todo o ano de 2019 até Outubro, altura em que foi accionado o primeiro pré-aviso de greve". "Desde então, a empresa tem vindo a cumprir o pagamento do salário mais ou menos dentro daquilo que é solicitado ou requerido através do pré-aviso de greve. Este mês, tinha de fazer o pagamento do salário do mês de Dezembro até ao dia 8, o que não se verificou", continuou a responsável, indicando que "os trabalhadores querem apenas o seu salário". "A greve continuará até que seja satisfeito esse pagamento", disse, garantindo que os trabalhadores "aguardam a posição que a empresa possa ter a qualquer momento".
A dirigente sindical indicou que a situação "é insustentável" para os trabalhadores que auferem "salários mínimos", estando em muitos casos ligados à empresa casais, porque "há marido e mulher a trabalhar na empresa". "Esta situação está a causar exaustão porque as pessoas têm compromissos para honrar no início de cada mês. A pressão da indefinição, de não saber se recebem ou não o salário, deixa as pessoas num estado de desgaste, de limite, e obrigou-as a fazer isto", sustentou.
O Grupo Santiago procurou esta manhã ouvir a Administração da Somelos sobre o assunto, mas até ao momento os nossos esforços revelaram-se infrutíferos.