ACIG recebeu uma proposta para a venda do edifício sede e uma para a CISAVE
A Associação Comercial e Industrial de Guimarães (ACIG) recebeu uma única proposta válida no âmbito do processo de venda do edifício sede e um proposta para a Escola Profissional CISAVE, num prazo que terminou na terça-feira.
Em relação à proposta para a aquisição do imóvel, o presidente da ACIG, Filipe Vilas Boas, assumiu que "esperava que as pessoas aderissem mais à aquisição do edifício nesta fase do processo, porque é inevitável que irá haver compradores para o edifício". "Os "timing's" são, porventura, menores do que as pessoas estão habituadas para pensar, mas são os prazos do Administrador Judicial e da ACIG.
Segundo estava estipulado, o imóvel, composto por seis pisos e logradouro, é vendido sem qualquer ónus e o comprador tem de pagar 20% do valor efectivo com a adjudicação. Os restantes 80% serão pagos no acto da escritura de compra e venda. Por esta razão, Filipe Vilas Boas considerou que o interessado "fez uma proposta mais a pensar mais na garantia do que no valor de aquisição". "Isto significa que o valor que está a oferecer não será o valor que pensa a vir oferecer. Lamento não haver mais candidatos, que podiam fazer a mesma operação para depois estarem presentes na mesa de negociações e encontrarmos um valor justo para o edifício. É um valor que estimamos que pague as dívidas da ACIG e é ajustado ao valor do imóvel", disse o responsável, revelando que o valor apresentado, "para além de ser o único, é muito baixo e obviamente que a manter aqueles valores não será aceite pela ACIG, o que significará que não existirão recursos para apresentar um plano de reestruturação". "Toda a gente sabe o valor do edifício e há uma parte dos interessados um aguardar para fazer o melhor negócio possível. É uma decisão que não posso criticar e na altura certa não faltará interessados", explicou.
Para o dia 16, pelas 17h00, a Assembleia Geral irá votar as propostas no sentido de validá-las. Se a votação for positiva, o responsável espera iniciar rapidamente as negociações, pois caso seja negativa, a ACIG não terá "mais condições para continuar neste desafio enorme de manter a estrutura". "Conto que seja validadas as duas questões para conseguir chegar a um acordo com este interessado no imóvel, algo que ainda não conseguimos, pois temos uma proposta que consideramos insuficiente", referiu, lamentando ter recebido "apenas uma proposta".
Quanto à proposta para a Escola Profissional CISAVE, esta estipula a transferência para outra unidade de ensino, concretamente a Associação Comercial e Industrial de Fafe,Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto. Para o responsável pela ACIG, está encontrada a forma de dar continuidade aos alunos daquela escola, numa transição que tem de ser feita "rapidamente". "A intenção é de dar continuidade aos cursos da CISAVE. Trata-se de uma entidade que está muito forte no mercado de ensino, que pretende continuar com o pólo em Guimarães e até aumentá-lo. É urgente salvaguardar o valor da escola e dos alunos", disse.
O presidente da Associação não esconde que a CISAVE era uma "fonte de rendimento", mas que "não tem possibilidades de continuar na ACIG, porque a Associação está numa situação de insolvência e não tem meios financeiros nem recursos humanos neste momento para colocar em funcionamento todo o processo necessário para promover a escola, para processar candidaturas ou para pedir os reembolsos dos financiamentos à entidade que tutela, pois está com dívidas à Autoridade Tributária e à Segurança Social". "Deste modo, sendo a CISAVE incorporada na ACIG sofre com os males da Associação. A única maneira de salvaguardar os interesses dos alunos, que é para nós fundamental, é arranjar uma forma com a DGE (Direcção Geral de Educação) e com o POCH (Programa Operacional Capital Humano) de transitar estes alunos para uma unidade escolar que dê essas garantias. Em vez de cair com a ACIG, esta é a forma de dar continuidade ao ensino em Guimarães".
Nesse seguimento, Filipe Vilas Boas irá perceber junto da DGE de que forma esta entidade pode receber os reembolsos e assumir algumas dívidas da ACIG, nomeadamente com formadores e formandos. "É um assunto complexo e que tem de ser colocado em marcha".
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