VÍDEO: Novo edifício e ampla praça vão ligar Teatro Jordão à Garagem Avenida

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Os tapumes denunciam as obras de reabilitação que vão dar uma nova vida aos edifícios do Teatro Jordão e Garagem Avenida. Em meados do próximo ano, os dois imóveis icónicos da arquitectura do século XX deverão mostrar a 'cara lavada', quando estiver concluída a intervenção que permitirá assegurar o funcionamento de valências dedicadas ao ensino, albergando a Escola de Artes Performativas e Visuais da Universidade do Minho e o Conservatório de Guimarães.
Para conhecer o projecto que está a ser desenvolvido, após solicitação prévia dirigida aos serviços municipais, o nosso jornal acompanhou uma das visitas técnicas realizadas à obra, com a equipa liderada pelo Director de Obras Municipais. Joaquim Carvalho revelou que "a solução final contempla quatro edifícios principais, o antigo Teatro Jordão que inclui a torre de palco e todo o imóvel, a Garagem Avenida, as construções da garagem da empresa Transcovizela e ainda um 'corpo', absolutamente novo que vai ficar no meio da zona interior ao quarteirão existente, que vai articular todas as ligações entre os edifícios que estão a ser reabilitados, e que têm uma função própria, servindo de ligação dos vários níveis, dos vários espaços entre os quatro imóveis".


"O edifício novo acompanhará até ao topo todos os outros edifícios", observou, indicando que a área de intervenção global de construção é de cerca de 11 mil e 500 m2.
Questionado sobre a estabilidade dos imóveis antes das obras de reabilitação, o Director de Obras Municipais adiantou que foram realizados estudos prévios para perceber o estado de conservação e manutenção da estrutura dos edifícios. "Percebeu-se que os edifícios estavam em muito, muito mau estado. Qualquer intervenção que aqui se fizesse se não fosse devidamente acautelada poderia ter graves inconvenientes, inclusivamente de ruína", advertiu, justificando a realização de algumas demolições. "A parede da frente da Garagem Avenida está desaprumada 20 cm em relação à vertical, o que quer dizer que qualquer coisa que se lá faça poderia originar a queda", apontou, assinalando a necessidade de ter sido feita a consolidação das fachadas, de maneira a serem criadas as condições para o projecto ser desenvolvido em condições de segurança. "Havia fibrocimento nas coberturas deste edifício", disse, referindo-se ao Teatro Jordão, anotando que "teve de ter um tratamento especial, com acompanhamento da Autoridade das Condições do Trabalho". "Todos os elementos que são perturbadores daquilo que é a solução final já foram retirados", afiançou, garantindo também que a ribeira de Couros manterá o seu percurso, sem alterações, atravessando todo o conjunto do novo empreendimento.
"Foi condicionante absoluta da Agência Portuguesa do Ambiente que a ribeira se mantivesse tal como existia, no seu curso natural, sendo permitido o reforço das suas paredes para não haver uma eventual destruição ou queda de pedras, mantendo a capacidade de escoamento e não tapando mais nada do que já estava encoberto até ao momento em que começou a intervenção", sustentou, apontando que "a ribeira vai manter-se a céu aberto naquilo que já se conhecia, mas reabilitada e recuperada, e integrada nos arranjos exteriores nomeadamente na nova praça".

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Novo espaçodo conhecimento

Para o Presidente da Câmara, a intervenção que está a ser efectuada permitirá reabilitar "um imóvel icónico para a cidade de Guimarães, com uma recuperação cuidada que respeita as marcas identitárias do Teatro Jordão. A par da Garagem Avenida, o edifício terá uma função fundamentalmente vocacionada para o ensino para albergar a Escola de Artes Performativas e Visuais da Universidade do Minho e o Conservatório de Guimarães". Domingos Bragança sustenta que o Teatro Jordão está na memória dos vimaranenses e o trabalho de regeneração que ali está a ser efectuado vai completar a reabilitação da zona de Couros, "onde vai começar, também, a obra de reabilitação da fábrica «Freitas & Fernandes» para instalar o Instituto das Nações Unidas". Acrescentando que "este conjunto de intervenções, que fazem parte de um novo espaço de conhecimento, enquadra-se no âmbito do processo de extensão da candidatura de Couros a Património Mundial da Humanidade", realçou o Autarca.

Sala de espectáculos
com 400 lugares

O mítico Teatro Jordão vai reabrir com alterações, mas "a entrada vai manter-se rigorosamente como era, ou seja com o foyer, com os acessos laterais ao andar superior". "Quem entrar vai perceber que está no Jordão cuja memória ainda preserva, depois surgirá uma sala à frente dessa entrada, que é uma sala de ensaios, e que reduz o número de lugares da sala de espectáculos, mas lateralmente, todos os corredores de acesso vão manter-se nos termos em que eles existiam e quem entrar na sala vai olhar e ver uma sala com uma plateia, com uma boca de palco com os elementos notáveis que existiam e, olhando para cima, vai ver as frisas, os camarotes antigos, tal como existiam à altura", descreveu Joaquim Carvalho, indicando que a única alteração será "a redução do número de lugares ao nível da plateia, o resto manter-se-á".
Aliás, prosseguiu, a intervenção permitirá corrigir a inclinação da sala. "Já quando eu frequentava este espaço achava que a inclinação da plateia estava ao contrário, nos lugares de trás vi-se pior do que nos da frente. E vamos corrigir a inclinação, permitindo uma visibilidade para o palco com todas as condições, com comodidade e sem obstáculos à frente", observou, ao dar conta que a sala, com 400 lugares, preservará os elementos decorativos e será "o espaço comum que conciliará as funcionalidades dos dois imóveis e a utilização pública, servindo o Conservatório de Guimarães, a Escola de Artes Performativas e Visuais e os interesses do público".

Texto originalmente publicado na edição de 10 de Abril de 2019 do jornal O Comércio de Guimarães.

 

Marcações: Universidade do Minho, Teatro Jordão, Garagem avenida, Câmarade Guimarães, Conservatório de Guimarães

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