CPCJ de Guimarães com máximos de sinalizações da última década

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A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) Guimarães mostra-se preocupada com "acréscimo significativo" do número de processos transitados e reabertos ao longo do ano de 2018, contabilizando 345  novos processos instaurados, dos quais 8% foram processos reabertos.

Só em 2018, foram comunicadas à CPCJ 102 sinalizações de “exposição da criança ou jovem a comportamentos que possam comprometer o seu bem-estar e desenvolvimento”, 60 de “violência doméstica”, 42 de “negligência”, 28 onde a “criança/jovem assume comportamentos que afectam o seu bem-estar e desenvolvimento”, 28 de “absentismo escolar”, 18 “maus-tratos físicos e psicológicos” e 10 de "abuso sexual".

"Nos novos casos, a percentagem que cresceu mais foi a nível de exposição de riscos, que estão relacionados com a família. A criança está numa situação de perigo pela forma como a família está organizada, ou seja, com reestruturação, conflito e falta de valores que a célula familiar apresenta”, explica Jorge Correia, responsável pela CPCJ Guimarães.

As situações de perigo mais comunicadas à CPCJ incidiram nos jovens entre os 11 e os 14 anos, totalizando 25% das sinalizações, seguido do escalão etário dos 15 aos 17 anos com 22%, reunindo quase 50% do total.

O responsável admite que a maior incidência de sinalizações nestes grupos etários resulta de uma "fase da vida em que se provoca o conflito, porque se quer quebrar as regras, se luta pela autonomia e se faz as experiências de risco".

Jorge Correia frisa que os resultados da actividade da CPCJ de Guimarães ao longo de 2018 se devem ao facto de "estarmos numa sociedade que considera que todos têm direito à felicidade". "O que nos faz reflectir que mesmo em idade adulta, a pessoa não tem o discernimento de organizar a sua vida em função das crianças, idosos ou outros familiares mais frágeis, mas sim com o objectivo mais pessoal e de ter uma felicidade mais centrada em si", refere. Porém, o responsável admite que a "consciência social está a aumentar e já não se deixa passar em branco". "Temos uma sociedade mais atenta e com melhor capacidade de reflexão cívica que se traduz nestas comunicações", afirma.

A CPCJ de Guimarães realizou 340 atendimentos por mês, 4076 no ano de 2018, 70 visitas por mês, 837 visitas domiciliárias durante o ano. Registo ainda para as acções de sensibilização sobre os Direitos da Criança, dirigidas a 382 alunos.

Marcações: CPCJ de Guimarães

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