VÍDEO: Simãozinho é nome de gatil único no País

O gatil Simãozinho é um espaço de acolhimento tão especial como a vontade que move as pessoas que impulsionam o projecto e fazem dele um refúgio seguro para os felinos. Nas instalações da EB 2, 3 e Secundária Santos Simões não passa despercebida a área reservada à casa abrigo, onde vivem cerca de três dezenas de gatos, diariamente, acarinhados e cuidados.

Em comum, os animais têm 'estórias' de abandono e privações, partilhando agora um local amplo, abrigado dos perigos que as ruas escondem. Todos têm um nome, todos estão desparasitados, todos estão vacinados e esterilizados.
Na casa abrigo prevalece o conforto, com áreas de dormitório e sanitários destinados à higiene dos animais. Há ainda um espaço aberto onde não faltam atractivos para o lazer e brincadeiras da turma dos gatos. Ali, os 'bichanos' são as estrelas e quem os conhece distingue-os e conhece o temperamento e a história que os conduziu ao Simãozinho.

Criado há nove anos para dar acolhimento a uma colónia de gatos que existia nas antigas instalações da Escola da Veiga, o gatil impôs-se como um projecto escolar no novo edifício daquele estabelecimento de ensino.
"Foi preciso muita persistência, mas o gatil tem uma componente pedagógica reconhecida pela forma como os alunos estão ligados a ele", observa Luísa Veiga, docente que não poupa esforços, nem horas para garantir a imprescindível qualidade ao nível do conforto e higiene que o gatil exige. "O Simãozinho sobrevive graças à Direcção da Escola, à comunidade escolar e aos nossos padrinhos pequeninos. Temos uma multidão de meninos que todos os meses contribui com uma moedinha e que ajuda a acudir às despesas", elogia a professora, precisando que é feita uma feirinha semanal na escola para angariar dinheiro para o projecto.

Reconhecendo que a alimentação e os cuidados veterinários dos animais exigem já um avultado esforço financeiro, a responsável realça a importância do voluntariado. É o caso de Carla que pediu ao Simãozinho para acolher duas gatinhas que encontrou na rua e nunca mais se desligou. "Todos os meses, traz areia, comida, um donativo excelente", observa Luísa Veiga, ao destacar o envolvimento de toda a comunidade escolar que está sempre pronta a contribuir para colmatar as despesas. "Contamos com o apoio de clínicas veterinárias, mas temos muitas despesas", sublinhou, fazendo questão de apontar que a ligação ao gatil garante "uma perspectiva de cidadania", reforçando a sua capacidade de intervenção junto de práticas lesivas dos direitos dos animais. "São meninos com o coração grande!", referiu, ao justificar que o processo de adopção "é muito criterioso". "Eles estão numa casa cinco estrelas, mas queremos que os nossos gatinhos encontrem uma família que os ame muito mais", adiantou, justificando que as funcionárias que colaboram na limpeza e manutenção do espaço são chamadas a pronunciarem-se sobre os processos de adopção. "Queremos que os nossos gatos sejam felizes e que tornem a família que os adoptar igualmente feliz!", sublinhou, considerando que os "gatinhos adultos são mais tranquilos".

Neste mês de Fevereiro, por muitos considerado o mês dos gatos, no gatil Simãozinho as frequentes lutas pelo acasalamento que se verificam nas ruas são substituídas por intermináveis brincadeiras, em que participam alunos, professores e funcionários. "Este é um projecto único no País. Nestes nove anos já passaram por aqui cerca de 200 gatos", assinalou, garantindo que naquele espaço cada gato é igualmente singular.

 

Marcações: Sociedade, gatil, Simãozinho, Santos Simões

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