Largo do Carmo vai recuperar traça antiga
O Largo de Martins Sarmento, mais conhecido por Largo do Carmo, vai recuperar a traça antiga. O estudo prévio, de autoria de Miguel Frazão, já está concluído. A actual configuração do Largo Martins Sarmento é de construção relativamente recente, em resultado da demolição de construções em diferentes épocas. Desta forma, o arquitecto Miguel Frazão, autor do estudo prévio de intervenção, justifica a forma triangular irregular, com uma diferença de cotas substancial entre os seus pontos cardeais.Com dois espaços distintos, um na parte sul ajardinado de forma clássica, com relva, flores, sebes e algumas árvores, onde se enquadra o busto de Martins Sarmento e a fonte renascentista, inicialmente colocada no Largo do Toural. O outro resultante das demolições serve de parque de estacionamento, onde a anarquia verificada não condiz com a singularidade da zona da cidade.
De acordo com Miguel Frazão, no actual jardim propõe-se uma intervenção tão ligeira quanto possível, no sentido de facilitar o seu usufruto e permitir o seu atravessamento, como percurso principal entre o Parque do Castelo e a restante zona Intramuros, para colmatar as deficiências de circulação pelos passeios laterais. Prevê-se a abertura de um acesso entre a parte norte do jardim e a taça renascentista, bem como a construção de rampas para pessoas deficientes motoras ou com dificuldade de locomoção, junto aos locais onde a diferença de cotas é vencida com degraus. As áreas ajardinadas permanecerão inalteradas, com ligeiras alterações de pormenor para reposição da sua primitiva imagem que se foi adulterando naturalmente ao longo dos tempos. Os acessos laterais serão prolongados em lajeado pelos passeios e arruamentos, coincidido do lado nascente com as portas do antigo convento, revelou o autor do estudo prévio.
Na área de aparcamento, onde o estacionamento chega a ser caótico, a Autarquia tenciona implementar uma valorização condizente com a carga patrimonial que está associada ao conjunto monumental da Colina Sagrada. A zona verde do jardim será prolongada do lado nascente e do passeio do lado poente, propondo-se o acesso automóvel por uma alameda de ciprestes no enfiamento da estátua de Afonso Henriques com a torre de menagem do Castelo, enquanto os peões passam a ter o acesso facilitado através do novo caminho a abrir no jardim.
Na sequência desta intervenção, o eixo da Rua do Conde D. Henrique passará a alinhar com a fachada da igreja do antigo Convento dos Capuchos e antigo Hospital. Igualmente, a zona pedonal do Paço dos Duques é prolongada até ao arruamento, permitindo, assim, uma melhor definição do espaço que abrange a escultura de D. Afonso Henriques, com um desenho de pavimento relacionado com o eixo criado.
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