Rastreio ao cancro da mama encaminhou 138 mulheres para acompanhamento no Hospital em 2022

"A adesão é satisfatória, mas tem margem para crescer, porque há 30 por cento das mulheres convocadas para participarem no rastreio do cancro da mama que não o fizerem". É a análise feita pelo Director Executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Ave, ao comentar os números referentes à campanha realizada no ano passado, em que 25 mil 113 mulheres do concelho de Guimarães foram convidadas a aderir ao rastreio promovido em parceria com Liga Portuguesa Contra o Cancro. "A nossa cobertura foi de 70 por cento", apontou José Novais de Carvalho, ao salientar a importância deste rastreio oncológico de base populacional, dirigido a mulheres com idade entre os 50 e os 69 anos.

"As mulheres submetem-se a um exame de mamografia e aquelas que têm algum indício são referenciadas para depois serem atendidas nas instalações da Liga Portuguesa Contra o Cancro, no Porto. Aí, são reavaliadas e em função da sua condição, parte delas são consideradas sem problemas e são seguidas pelos seus médicos de família, mas há sempre casos em que a reavaliação obriga ao encaminhamento para o Hospital da Senhora da Oliveira, para serem bem estudadas e acompanhadas. Tivemos 138 mulheres no ano passado nessa situação, a serem referenciadas para a consulta e acompanhamento pelos profissionais do Hospital", alertou o responsável. "É um rastreio que é da maior importância porque como sabemos, o cancro da mama é, actualmente, uma das doenças oncológicas que mais mulheres afecta em todo o mundo e em Portugal não é excepção. Na verdade, é a neoplasia mais diagnosticada em mulheres e a segunda que mais mortes causa no nosso país", realça José Novais de Carvalho, apelando à adesão ao rastreio que está a decorrer, à realização de exames periódicos e atenção à saúde da mama.

As utentes do ACES do Alto Ave são também solicitadas a participar no rastreio do cancro do colo do útero. "Foram convocadas 13 mil 61 mulheres e tivemos uma adesão de 80, 3 por cento no concelho de Guimarães, o que é uma boa adesão, dado que abrange as mulheres sexualmente activas e é da maior importância".
Já o rastreio do cancro colo-rectal regista menor adesão, tendo sido dirigido a maiores de 50 anos, de todos os géneros. "Foram convocados a participar 24 mil 353 pessoas e a adesão foi menor", lamentou o responsável, reconhecendo que terá de haver um maior empenhamento para que a taxa de cobertura aumente.
Os utentes são ainda chamados a participar em mais dois rastreios: o rastreio da retinopatia diabética, uma das complicações da diabetes; e o rastreio da saúde visual das crianças, aos 2 e 4 anos. Nestes casos, observa o dirigente do ACES, "registam-se níveis de adesão superiores", fazendo questão de realçar o interesse e dedicação dos profissionais de saúde, "incansáveis, no apelo e no estímulo dos utentes a participar nestas iniciativas. Os rastreios são uma forma de promovermos a saúde".

*Artigo originalmente publicado no jornal O Comércio de Guimarães, na edição de 25 de janeiro de 2023.

Marcações: ACES do Alto Ave, rastreios de saúde, rastreio do cancro da mama

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