Recursos humanos para Hospital de Rectaguarda no Multiusos de Guimarães à espera de «luz verde» do Ministério da Saúde
É no Pavilhão Multiusos que a Câmara de Guimarães vai instalar o Hospital de Rectaguarda, de forma a "aliviar" o espaço disponível para os doentes mais graves no Hospital da Senhora da Oliveira. Chegou a ser equacionada a utilização da Academia de Ginástica de Guimarães, mas o parecer dos clínicos responsáveis pelo acompanhamento da evolução da pandemia naquela unidade hospitalar foi fulcral para a decisão recair no Multiusos.
Em declarações ao Grupo Santiago, o Presidente da Câmara de Guimarães adiantou que ontem participou numa reunião por videoconferência com os médicos do Hospital da Senhora da Oliveira que "estão na linha da frente do ataque à covid-19" - o Director Clínico, Hélder Trigo, e os médicos Pedro Cunha e Carlos Alpoim, juntamente com o responsável do Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Ave, José Novais de Carvalho, em que ficou assumida, em definitivo, a decisão de instalar o Hospital de Rectaguarda no Multiusos. "A nossa decisão tem sido sempre orientada e fundamentada pela análise dos médicos", disse Domingos Bragança, indicando que aquela estrutura de apoio para o acompanhamento dos doentes é apontada como uma necessidade. "É para aliviar o Hospital Senhora da Oliveira, destinando-se àqueles doentes que já estão em restabelecimento e que não precisam de ocupar os quartos no Hospital para dar vaga a outros, e para aqueles doentes que não precisam de internamento, mas não podem fazer o tratamento em casa porque não têm condições ou porque precisam de algum acompanhamento médico", justificou o Presidente da Câmara.
"Os médicos dizem que o melhor é manter o Multiusos. Ainda admitimos a possibilidade de ser na Academia de Ginástica sobretudo pela garantia das condições térmicas mais modernas, mas os médicos dizem que é melhor o Multiusos pela dimensão que tem e pela proximidade ao Hospital da Senhora da Oliveira", acrescentou o Edil.
Para concretizar o projecto, Domingos Bragança assinala que tem mantido contactos com diversas instituições para que os equipamentos sejam garantidos. "A Câmara de Guimarães suportará a instalação do Hospital de rectaguarda no que se refere aos materiais, às camas e o que for necessário e estiver no seu âmbito de competências, mas falta garantir o funcionamento". "Podemos contar com o apoio do Exército, da Comissão Nacional de Protecção Civil, da própria Universidade do Minho através da Faculdade de Medicina, mas a Administração Regional de Saúde do Norte e o Ministério da Saúde com a sua rede hospitalar têm de dotar este hospital com o pessoal médico, de enfermagem e auxiliares de saúde, porque sem eles não podemos pôr o Hospital a funcionar". "É essa a fase crítica que estamos a negociar", advertiu, destacando que "é o Hospital da Senhora da Oliveira que solicita o Hospital de Rectaguarda, porque estes médicos com quem reuni dizem que estão no limite das suas possibilidades e precisam deste Hospital de Rectaguarda". "A Câmara instala. Depois o funcionamento com os recursos humanos, tem de ser da responsabilidade do Ministério da Saúde. É muito, muito necessário!", observou.
De acordo com o Presidente da Câmara, esta estrutura "dará apoio aos doentes do concelho de Guimarães, mas servirá a população de toda a área de influência do Hospital e do ACES". "Se os concelhos que são abrangidos estiverem disponíveis para custear esta instalação, muito bem, se não estiverem não há problema nenhum... Porque, em Guimarães, estamos disponíveis para esta solidariedade, mas precisamos que o Ministério da Saúde determine e despache todo o apoio médico e os recursos de saúde para esta unidade", continuou, sem precisar o investimento necessário para o projecto.
"Nós trabalhamos assim: mais vale prevenir que remediar, eventualmente se a pandemia passar e não vier a ser necessário o Hospital de Rectaguarda e até tenhamos feito custos nesta instalação tanto melhor! É como o seguro, pagamos a apólice e não queremos que o desastre aconteça, mas temos de estar prevenidos. O que não pode acontecer é precisarmos deste Hospital, como está a ser dito pelos médicos do Hospital da Senhora da Oliveira, e se isto se agravar, depois não tenhamos resposta. Não quero que isso aconteça e trabalharei para que seja instalado e sirva esta situação de dar resposta ao Hospital e também ao centro de saúde para que os doentes sejam acompanhados aqui no hospital de rectaguarda e não no domicílio, o que vem facilitar e alivie a actividade dos centros de saúde", detalhou, enaltecendo o acompanhamento, a dedicação e o empenho da equipa do Hospital no tratamento e acompanhamento dos doentes infectados com a Covid-19.
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