Administração e enfermeiros do Centro Hospitalar do Alto Ave mantêm divergências
Cumprida a greve dos enfermeiros do Centro Hospitalar do Alto Ave, a Administração dirigiu-se aos profissionais para esclarecer aspectos relacionados com o efeito útil da paralisação.Em comunicação interna e sobre a alegada carência de enfermeiros, a Administração lembra que o Centro Hospitalar tem actualmente mais 17 profissionais do que em 2013 e o número de horas extraordinárias reduziu em 5.743.
No comentário, Nélson Pinto, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, afirmou que essa situação será explicada pelo facto de "não pagar cerca de 10 mil horas extraordinárias aos seus trabalhadores". O sindicalista lembra a propósito que "faltam enfermeiros, ao mesmo tempo que reduzem os enfermeiros por turno e as saídas para a reforma não são repostas".
Já em relação aos salários daquele grupo profissional, a Administração do Centro Hospitalar do Alto Ave revela ter enviado ao Ministério da tutela um pedido de autorização formal para a sua actualização e nivelamento. Uma intenção da qual desconfia o sindicalista Nélson Pinto. "Se houvesse uma real intenção de o fazer, já o podiam ter feito tal como acontece noutras unidades hospitalares", afirma.
Na comunicação interna a Administração hospitalar promete uma análise profunda dos horários dos enfermeiros, em conformidade com a legislação em vigor, o cumprimento dos horários pré-definidos e a sua avaliação em conformidade das acumulações de funções.
Nelson Pinto reage com os motivos que estão na base do cansaço que afecta os enfermeiros do Centro Hospitalar do Alto Ave.
"Não é fácil aos enfermeiros com contrato de trabalho em funções pública acumular serviço. O que há é enfermeiros a trabalhar 13 e 14 horas por turno em função de horários que estão assim estipulados e outros que não têm folga complementar. Há quem trabalhe 20 dias consecutivos sem folga complementar e a situação tende a piorar", concluiu.
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