Pedonalização na Cidade e obra na D. João IV a concurso ainda este ano
Os projectos para a pedonalização da área central da cidade de Guimarães e a requalificação da Avenida D. João IV podem seguir para concurso ainda este ano. A revelação foi feita pelo Presidente da Câmara que, no entanto, não se comprometeu com este prazo.
Na última reunião de Câmara, o Vereador do PSD questionou o executivo socialista sobre o balanço da acção de avaliação do impacto da pedonalização do centro da cidade, levada a cabo pelo Município, que cortou o trânsito na Alameda de S. Dâmaso Norte, Largo do Toural Nascente e Rua de Santo António, nos dias de 17 a 20 deste mês, e pelo projecto para a Avenida D. João IV.
"Questionamos sobre os resultados do teste, pois é da responsabilidade do Presidente da câmara. Queremos perceber qual a avaliação do Presidente da câmara e conhecer o projecto que está a ser elaborado relativamente à Alameda, Toural e Rua de S. António para retirar ilações. Ainda não conhecemos o projecto e vamos pronunciar-nos quando o conhecermos", começou por referir Ricardo Araújo, recordando as diferentes posições avançadas pelo Edil vimaranense ao longo do tempo.
"É preciso estabilizar um projecto. Estamos todos de acordo com a intenção de transformar a nossa cidade mais amiga dos cidadãos, com mais prioridades para os peões, mais sustentável ou que utiliza o transporte público. O problema é como se implementa. Fazê-lo nas costas dos cidadãos ou contra aqueles que têm as suas actividades económicas nesses locais não é um bom princípio. A intenção não é criar zonas sem vidas. As medidas de pedonalização obrigam a trilhar um caminho com racionalidade", acrescentou o líder da oposição.
Ricardo Araújo apontou ainda um "erro histórico" dos socialistas enquanto fica a aguardar pelo projecto para tomar uma posição. "Há cerca de 15 anos atrás, o PSD defendeu a construção de um parque de estacionamento no Toural, que permitiria a pedonalização de algumas zonas do centro da cidade. Hoje já percebemos que não há estacionamento suficiente para a necessidade de usufruto do centro da cidade. Esse foi um erro histórico que não será facilmente ultrapassado. O Presidente da Câmara disse há três anos que queria avançar com a pedonalização dessas três zonas. Por isso, é a ele a quem compete apresentar o projecto. O PSD precisa de conhecer primeiro o projecto para tomar uma posição sobre essa matéria", disse.
O Presidente da Câmara de Guimarães começou por explicar que os testes realizados foram de "mobilidade rodoviária" e adiantou que "vão continuar a ser feitos". "O pensamento que o Presidente da Câmara defende é uma área pedonável enorme no centro da cidade. Vamos ter obras no próximo ano, cujos projectos espero estarem concluídos ainda este ano. Se vamos fechar a Avenida D. João IV para obras, pelo menos num sentido, precisamos de perceber o que acontece ao trânsito em Guimarães. Assim, como na intervenção na Alameda, Toural e Rua de Santo António para gerir da melhor forma a cidade e torná-la o menos desconfortável possível. Estamos a fazer testes de trânsito na variante de Creixomil, na rodovia de Covas, na zona do Salgueiral e noutros lugares", desvendou Domingos Bragança.
Apesar de ainda não serem públicos os projectos, o Autarca está convencido que ainda é possível irem a concurso este ano. "O objectivo é terminar os projectos este mês de Dezembro para ver se lançamos a concurso na última reunião desse mês", argumentou.
O Edil vimaranense também esclareceu que o objectivo dos testes é medir o trânsito rodoviário para prevenir as obras que irão acontecer no próximo ano. "Confundiu-se o encerramento das ruas com o dinamismo do comércio. Nesta fase estamos a medir o trânsito rodoviário destas obras que estão no Plano Municipal de Orçamento e que são apoiadas pelos fundos europeus 2030. Os testes preconizam que temos de fazer bolsas de estacionamento. Elas não são fáceis de fazer. Podemos utilizar a Alameda Alfredo Pimenta, as Hortas ou o espaço junto da Estação de Comboios", explicou Domingos Bragança, lembrando que as obras têm também em consideração o Bairro Comercial Digital 1128. "As obras inserem-se também neste Bairro Comercial. Se não o fizermos, arriscamo-nos a perder cerca de um milhão de euros", acrescentou.
Na resposta ao vereador do PSD, Domingos Bragança frisou que não concorda com parques no centro da cidade, defendendo a ideia que a cidade tem de se expandir. "Há quem defenda um parque junto da Igreja de Santos Passos. Eu não defendo essa ideia", sustentou.