Oposição insiste na criação de Agência de Investimento; Presidente da Câmara anuncia «hub» tecnológico ligado à Inteligência Artificial

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O Vereador do PSD, Ricardo Araújo, voltou a confrontar a maioria socialista com a necessidade de Guimarães ter uma estratégia para a captação de investimento, fazendo uma comparação com o Município de Braga que anunciou recentemente a instalação de seis novas multinacionais que vão criar cerca de 500 novos postos de trabalho.

Na última reunião do Executivo, Ricardo Araújo lamentou "a ausência de estratégia na promoção do desenvolvimento económico, na fixação de empresas, na expansão das indústrias e na captação de investimento directo do estrangeiro".

Referindo-se à agência existente em Braga, o representante social-democrata afirmou que "é um bom exemplo do que propomos que se for bem feito traz resultados", insistindo na importância do Município ter um Plano de Desenvolvimento Económico e uma Agência de Investimento "que permitisse com objectivos claros e com estruturas condizentes permitir a diversificação do tecido económico e industrial, criando condições de contexto que sejam favoráveis no nosso território.

"Já passaram meses desde a reunião descentralizada no Avepark e esta estrutura ainda não está criada. Ela é fundamental, porque estamos a ficar para trás e Guimarães tem que se afirmar como um concelho com condições favoráveis à instalação e ao desenvolvimento das empresas, criação de postos de trabalho qualificados para reter e atrair talento e conseguir elevar o salário médio das pessoas", disse Ricardo Araújo.

Na resposta, o Presidente da Câmara reconheceu a importância da criação de uma Agência de Investimento, capaz de acrescentar valor na capacidade de captação de investimento e complementar o trabalho da Divisão de Desenvolvimento Económico existente na Autarquia. Domingos Bragança aproveitou para revelar os contactos que tem mantido com diversas empresas para que possa surgir um "hub tecnológico" ligado à Inteligência Artificial. "São empresas do Japão, dos EUA, da Alemanha, de Inglaterra que actuam nas áreas de inteligência artificial, na base da biotecnologia, da automação, da robotização e da digitalização da indústria que querem estar junto da Escola de Engenharia, da Universidade do Minho, dos centros de investigação, com o objectivo de reterem talentos, mesmo quando os alunos estão em formação, na sua parte do curso, para os fixar em Guimarães e integrar nas suas empresas".

"Este hub envolve quatro a cinco players mundiais. Eles querem fixar-se em Guimarães", vincou, concordando com o enfoque "na diversificação industrial e especialização tecnológica". "Na área da Inteligência Artificial, da biotecnologia e da saúde temos a possibilidade de criar um cluster ligado ao I3Bs - Instituto de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos​, no Avepark e estimular a investigação nos novos fármacos. É também preciso potenciar a área da Engenharia Aeroespacial que é uma área emergente. A Divisão Económica é importante e há-de continuar, ela tem a vantagem de tomar a decisão porque é uma unidade orgânica do Município, mas precisamos de ter uma Agência de Investimento para agilizar a possibilidade de negociação, diplomacia e influência que pode ter", reconheceu Domingos Bragança, acrescentando que à semelhança da Carta Municipal de Habitação, o Município vai elaborar uma Carta Municipal de Economia e Demografia de Guimarães."É preciso ter dados comparativos, com outros municípios e da região e com uma análise prospectiva. Quero que esse documento seja feito por especialistas reputados porque interessa um estudo denso que analise o presente e aponte soluções prospectivas para dar segurança ao caminho que estamos a fazer. Saber o que somos e o que queremos ser", justificou.

Marcações: reunião camarária

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