Presidente da Câmara prometeu consensualizar com comerciantes pedonalização no centro de Guimarães
O Presidente da Câmara garantiu esta quinta-feira que o projecto de pedonalização que está a ser elaborado para o centro da cidade de Guimarães será discutido "em plenário" com os comerciantes, antes de ser lançado o concurso destinado à "elevação à mesma cota" dos passeios e a área reservada à circulação automóvel.
Domingos Bragança reagia à preocupação demonstrada pelos comerciantes que assistiram aos trabalhos da vereação vimaranense, aproveitando o período reservado à intervenção do público para manifestarem a sua inquietação com a já anunciada pedonalização.
"O projecto está a ser elaborado para elevar a rua à mesma cota do passeio, na Alameda de São Dâmaso (Norte), Largo do Toural (Norte) e Rua de Santo António, com uma solução que permitirá a continuação da circulação dos automóveis", assegurou, acrescentando: "quando o projecto estiver num ponto em que se perceba claramente o que se quer fazer, promoverei um plenário com os comerciantes, para discussão e estabilização para obter o consenso possível, e só depois levaremos a obra a concurso". "Só depois da obra feita é que nós pedonalizaremos este espaço. Pode ser como eu entendo que deve ser de uma vez só, ficando garantida a circulação de veículos prioritários, mas pode ser entendido na audição dos comerciantes de que pode ser progressivamente pedonal", salvaguardou, fazendo questão de defender a pedonalização.
"É uma obra simples, de elevar a cota da rua à do passeio, com a instalação de rede de fibra óptica, necessária para as plataformas digitais de última geração, de inovação e divulgação das actividades económicas. Quando a obra estiver terminada será feita a interdição progressiva, gradual ou total ao trânsito desta área central da Cidade, que é nevrálgica", apontou o Edil.
O Presidente da Câmara manifestou-se esperançado no impacto positivo que terá o projecto Bairro 1128 - em homenagem à batalha de São Mamede - no âmbito do programa bairros comerciais digitais. "Pretendemos criar condições diferentes para resultados diferentes", afirmou. "Preocupa-me as condições de toda a actividade económica, tento encontrar as melhores soluções para que haja mais dinamismo. Estou sempre disponível para ouvir. Não mudei. Não percebo o ruído que se cria", frisou, mostrando-se satisfeito com a presença de um grande número de comerciantes na sessão.
Foram cerca de duas dezenas de comerciantes que participaram esta quinta-feira na reunião do Executivo vimaranense, insurgindo-se contra a possibilidade de vir a ser proibida a circulação automóvel no centro da Cidade. Muitos deles fecharam a porta das lojas para assistir à sessão. "Não sabemos o que vai acontecer, não sabemos se vão ser criadas bolsas de estacionamento, quais os serviços, estamos à espera", começou por referir Cristina Faria, Presidente da Associação do Comércio Tradicional de Guimarães. "Há uma grande degradação do comércio tradicional e o corte de trânsito vai ser a nossa morte", lamentou.
De seguida, empresário Eliseu Sampaio alertou para o encerramento de vários estabelecimentos, observando que o corte de trânsito "será um obstáculo para os negócios".